TIGRE DEFINE SEU PLANO PARA ACELERAR EXPANSÃO NO PAÍS

A Tigre está na fase final de definição de um plano para acelerar seu crescimento no período de 2015 a 2020. Os patamares de expansão do chamado “2020 rumo a uma só Tigre” ainda não foram projetados, mas não se espera crescimento inferior a dois dígitos nesse intervalo, de acordo com o presidente do grupo, Otto von Sothen.

Atuação em novos segmentos ligados à construção civil e aumento de participação nas áreas em que a empresa já está presente fazem parte do planejamento para o novo ciclo. A aprovação do plano estratégico pelo conselho de administração da Tigre ocorrerá em dezembro ou no começo de 2015.

“A marca Tigre pode ir muito além de onde está hoje”, afirma Sothen. Há intenção de que o crescimento ocorra no Brasil e nos demais mercados da empresa tanto organicamente quanto por meio de aquisições. A geração de caixa da empresa é muito superior à necessária para o negócio, segundo o presidente.

Quando assumiu o comando da Tigre há pouco mais de um ano, o executivo percebeu que faltava a consolidação dos diversos negócios da empresa, como tubos e conexões, acessórios sanitários, pincéis, esquadrias e tubos de polietileno para infraestrutura. Na prática, isso significava, por exemplo, custos mais elevados devido a estruturas repetidas. “Foquei muito em uma só Tigre”, diz Sothen.

Quase todos os segmentos deixaram de ser tratados como unidade de negócios separadas, e foi montado um time comum de gestão. A área internacional ainda é considerada uma unidade de negócio, mas também será integrada por segmento funcional.

A partir de conversas com funcionários das unidades nacionais e internacionais – são dez no Brasil e 14 em outros países da América Latina -, foram definidas as chamadas “batalhas” da Tigre, com linguagem que remete ao felino que dá nome à empresa de materiais.

A compra da divisão de pincéis da Condor por R$ 42 milhões, fechada no mês passado, faz parte de uma das batalhas, a de “colocar as garras de fora”. As metas abrangem também temas como melhora operacional e inovação, tema para o qual foi criado um fundo exclusivo.

A maior parte das mudanças iniciadas com a chegada do executivo à Tigre ganhará força a partir de 2015 com a execução do plano de crescimento, mas o desempenho da empresa neste ano sinaliza que a expansão já está mais acelerada. Sem revelar o percentual, Sothen conta que a receita da companhia terá aumento de dois dígitos, superior à alta registrada em 2013. “Os segmentos de autoconstrução e reforma estão indo muito bem, irrigação e infraestrutura estão crescendo”, afirma o executivo.

Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), o faturamento real do setor – incluindo itens básicos e de acabamento – terá queda de 3% a 4% neste ano.

A Tigre optou por fazer suas apostas de expansão, mesmo que os rumos do cenário macroeconômico do país ainda não estejam definidos. “O investimento é a única forma de habilitarmos a empresa para o novo salto de crescimento. Tivemos um ano de boa expansão e rentabilidade melhor ainda”, diz o executivo.

A Tigre investiu R$ 260 milhões neste ano em capacidade instalada, meio ambiente, inovação e segurança. “Procuramos não nos preocupar com o que está acontecendo fora”, diz o presidente do grupo, ponderando que fatores como variação do câmbio têm impacto no negócio. Por outro lado, ressalta, a Tigre está em mercados em expansão, como Colômbia, Peru e Chile.

As conversas entre o executivo – que fez carreira no setor de consumo, principalmente na Pepsico e na Diageo -, e os acionistas da Tigre levaram cerca de oito meses, até o martelo de sua contratação ser batido nos segundo semestre do ano passado. Sothen conta que um dos fatores que pesaram na sua escolha de fazer parte da empresa foi a simplicidade no processo de tomada de decisões da Tigre. “A família não está na gestão, só no conselho, e a interação é constante”, diz.


Fonte -Fonte: Valor Econômico

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