Atualmente, com o grande empenho e conscientização em direção a uma maior eficiência energética no uso e na geração, as fontes alternativas têm se tornado cada vez mais utilizadas no país. Através de muito estudo e tecnologia avançada se tornou possível transformar luz solar, tão abundante em terras brasileiras, em energia elétrica. Este procedimento é uma realidade graças às células fotovoltaicas, dispositivos elementares utilizados justamente para converter a energia da luz solar em energia elétrica.
O conjunto dessas células solares interligadas eletricamente e encapsuladas formam o módulo fotovoltaico. Quando montados de modo a formar uma estrutura única, esses módulos, também interligados eletricamente, resultam na construção do então chamado painel solar fotovoltaico. Quando expostos ao sol, os painéis captam a luz solar e fazem a corrente elétrica fluir entre duas camadas com cargas opostas. Apesar de cada célula solar fornecer uma quantidade relativamente pequena de energia, um conjunto de células solares espalhadas numa grande área pode gerar uma quantidade de energia suficiente para abastecer, por exemplo, uma residência.
A engenheira eletricista da Eletrobrás, Dayana Teixeira, explica como acontece o processo do aproveitamento da energia solar em energia elétrica. “O material das células que compõe módulos fotovoltaicos, quando exposto à luz, permite uma circulação de corrente. E é essa movimentação de elétrons a responsável pela geração de eletricidade.”, afirma.
A eficiência dos módulos está atrelada ao tipo de tecnologia das células que os compõem, ou seja, é a tecnologia utilizada que dirá o quanto o módulo irá aproveitar da irradiação solar incidida sobre ele para transformar em energia elétrica. Sendo assim, um módulo com eficiência de 13% consegue transformar esse percentual da energia do sol incidida sobre o painel em energia elétrica.
Ainda segundo Dayana, existem tipos diferentes de tecnologia de células fotovoltaicas que compõe os painéis, silício monocristalino, silício policristalino, filmes finos, entre outros. Porém, cerca de 83% da produção mundial de módulos fotovoltaicos é baseada no silício cristalino.
Atualmente, os módulos já participam do programa de etiquetagem do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que classifica os módulos fotovoltaicos quanto à sua eficiência, que é medida em condições padronizadas de testes em laboratórios acreditados pelo Instituto. Entre os módulos avaliados, os mais eficientes são destacados com o Selo Procel Eletrobrás.
Segundo Marcos Borges, responsável pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, os ensaios laboratoriais dos painéis fotovoltaicos são realizados em condições padrão, onde verificam-se: a potência máxima, isolamento elétrico e a resistência de isolamento em condições de umidade, dentre outras análises. “Sendo aprovados nesses ensaios, os modelos devem ser registrados no Inmetro e submetidos a ensaios de manutenção, com periodicidade anual, de forma a evidenciar o contínuo atendimento aos critérios da regulamentação”, explica.
Os módulos e seus componentes já são etiquetados pelo Inmetro de forma voluntária desde 2008. Mas, em julho de 2012, o programa foi revisado e se tornou compulsório, de forma que fabricantes e importadores só poderiam comercializar, no país, produtos etiquetados e registrados pelo Instituto. “Trata-se de um programa diferente. Enquanto os eletrodomésticos são etiquetados considerando-se a eficiência energética relacionada com o consumo de eletricidade, os painéis fotovoltaicos são classificados quanto à produção de energia”, diz Borges.
Os painéis solares fotovoltaicos para obter o Selo Procel Eletrobras de Eficiência Energética também precisam ter a classificação “A” de eficiência de energia na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE). Até a presente data já estão etiquetados 270 modelos de painéis fotovoltaicos. Em abril deste ano foi inaugurada uma usina geradora de energia solar fotovoltaica no estádio de futebol Governador Roberto Santos, conhecido como Pituaçu. Os painéis ficam na cobertura das arquibancadas e vestiários. O projeto custou cerca de R$ 5,5 milhões, que foram investidos pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, Coelba, e pelo governo do Estado. A energia gerada é usada durante o dia nas instalações do estádio e a produção excedente é lançada na rede da concessionária. O sistema tem capacidade para gerar 400 kWp (megawatt pico), o que proporciona uma geração anual de energia elétrica estimada em 630 MWh.
Apesar dos custos da tecnologia dos painéis solares ainda serem muito altos, a opção tem se tornado mais acessível ao longo do tempo. ”Pela quantidade de produtos que já está etiquetada no nosso programa, acreditamos que os painéis solares serão uma realidade de mercado”, conclui Marcos Borges.
Fonte -Procel Info