RIO VAI INVESTIR QUASE R$ 1 BILHÃO NA GESTÃO DO LIXO EM 2012

A ONU anunciou que o Planeta atingiu um contingente de sete bilhões de pessoas em 2011. Além da necessidade de gerar alimentos, energia, habitação e água potável para toda essa população, o mundo se defronta hoje com outro desafio, tão grande ou maior: a geração de lixo. Além do lixo doméstico e dos resíduos provenientes da construção e demolição, a geração de resíduos industriais vem aumentando devido ao crescimento da população e da expansão da atividade industrial. Composto por restos de madeiras, tecidos, couros, metais, produtos químicos, tintas, entre outros, o lixo industrial é um dos mais prejudiciais ao meio ambiente e à saúde da população.

Cerca de 5,2 milhões de pessoas morrem por ano no mundo, vítimas de doenças transmitidas pelo lixo. Aproximadamente 3 milhões de toneladas de lixo doméstico são gerados por dia no Planeta e a previsão é que esta quantidade dobre até 2025. De acordo com dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), o Brasil gera diariamente cerca de 150 mil toneladas de lixo urbano. Deste montante, 76% são depositados em lixões a céu aberto. Ou seja, a cada quatro sacos de lixo, três são destinados de forma incorreta. Apenas 13% vão para aterro controlado, 10% para aterro sanitário e 1% é tratado.

O Brasil acordou para o problema e, hoje, dispõe de uma nova Lei para tratar essa questão. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu que os lixões a céu aberto fossem proibidos no País a partir de 2014 e todos os municípios serão obrigados a separar os resíduos para realizar um descarte ambientalmente correto. Atualmente, o serviço de coleta seletiva está presente em apenas 18% das cidades brasileiras, porque ela ainda não é obrigatória em nosso País. Nas grandes cidades brasileiras, cada cidadão produz, em média, um quilo de resíduo por dia.

Com isso, as cidades estão incrementando cada vez mais seus investimentos na Gestão de Resíduos Sólidos. Na cidade do Rio de Janeiro não será diferente: a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos do Município (SECONSERV) confirmou que o orçamento da Companhia de Limpeza Urbana do Rio (COMLURB) para 2012, enviado à Câmara dos Vereadores prevê que o planejamento do destino de detritos no município implicará em investimentos da ordem de R$ 991,3 milhões. O aterro de Gramacho, situado em Duque de Caxias, será desativado e substituído pelo Centro de Tratamentos de Resíduos (CTR) de Seropédica, que já está operando desde Abril de 2011, recebendo, diariamente, 3.000 toneladas de resíduos. Em Dezembro passará a receber 4.000 t. Esse CTR será responsável pelo recebimento de 80% da quantidade de lixo diária produzida pela cidade e o restante será despejado no aterro de Gericinó.

Segundo a SECONSERV, atualmente, a quantidade de materiais recicláveis da Coleta Seletiva realizada pela COMLURB no Município do Rio de Janeiro em 2011 foi de 707 t/mês. Esse volume foi encaminhado às cooperativas de catadores cadastradas pela COMLURB. A Companhia de Limpeza Urbana do Rio e o BNDES apostam atualmente em um projeto orçado em R$ 50 milhões para aumentar a capacidade de reciclagem e organizar a atividade dos catadores. Serão implantadas seis centrais de triagem. A primeira delas, dentro da usina da COMLURB, em Irajá, já está em fase de construção e deverá receber até 20 toneladas diárias de materiais recicláveis, gerando trabalho e renda para cerca de 200 catadores. A previsão é de que fique pronta em Abril de 2012.

Para debater os desafios e soluções do setor, a Planeja & Informa idealizou o Workshop Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que foi realizado no mês passado no Rio de Janeiro. O objetivo foi o de buscar modelos e experiências nacionais e internacionais no manejo de resíduos sólidos e apresentá-los aos profissionais de construção civil, meio ambiente, saneamento e para a área acadêmica e governamental (prefeituras, governos estadual e federal). Foi uma oportunidade para a capacitação de gestores e de difundir boas ideias que podem ser aplicadas por todo o País.


Fonte -Fonte: Eco 21 / Carlos Emmiliano Eleutério

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