RIO DE JANEIRO ATRAI NOVO CENTRO DE DADOS DA ALOG

Na contramão das previsões pouco otimistas para outros segmentos da economia, o mercado global de serviços de centros de dados dão mostras de um crescimento expressivo para os próximos anos. No Brasil, o otimismo é ainda maior, segundo alguns indicadores. É o caso, por exemplo, de investimentos recentes de provedores estrangeiros em fornecedores locais, além do aumento de projetos de expansão de centros de dados no país.

Fundada no Brasil, a Alog é uma das empresas que estão acompanhando esse movimento. Há cerca de um ano, a companhia vendeu 90% de seu capital para a americana Equinix, por US$ 126 milhões. Depois de anunciar na semana passada um aporte de R$ 30 milhões para ampliar seu centro de dados em Barueri (SP), a Alog antecipou ao Valor a construção de uma operação em Del Castilho, no Rio de Janeiro.

Com os novos projetos, a Alog passa a ter quatro centros de dados no Brasil, divididos entre São Paulo e Rio de Janeiro. A nova estrutura no Rio concentrará investimento inicial de R$ 40 milhões e será montada em uma área de 17 mil metros quadrados, prevendo outras fases de expansão.

O centro entrará em operação no primeiro semestre de 2013 e a prioridade será atender aos mercados de Minas Gerais e do Nordeste, além do Rio.

Com a nova unidade, a direção da Alog planeja acompanhar o crescimento do setor de óleo e gás, a partir dos investimentos no pré-sal. A revitalização do mercado financeiro no Rio e os projetos ligados à Olimpíada de 2016 – especialmente no segmento de conteúdo digital – também são fatores atrativos para a companhia, segundo Eduardo Carvalho, vice-presidente da Alog. “O mercado está muito aquecido no Brasil. Nossa expectativa é registrar um crescimento anual na receita de dois dígitos até 2017”, disse o executivo. Ele não divulga, porém, os números locais da operação.

Um termômetro para essa projeção é a expansão do centro de dados em Barueri. Desenhado em 2011, o projeto inicial previa que a estrutura teria capacidade de atender a demanda dos serviços por três anos. “Em virtude do aumento no volume de negócios, estamos reduzindo essa projeção para, no máximo, dois anos”, disse Peter Catta Preta, diretor de infraestrutura da Alog.

Parte desse avanço está ligada à procura crescente dos clientes por serviços de terceirização no modelo de computação em nuvem. Nesse formato, softwares e equipamentos instalados em centros de dados são acessados via internet. Entre as ofertas dos provedores de serviços de centros de dados nessa modalidade estão a venda de capacidade de armazenamento e de processamento de dados.
Pelo fato de reduzir a necessidade do cliente investir em uma infraestrutura de tecnologia da informação (TI) de grande porte, o modelo de computação em nuvem vem ganhando força, especialmente em meio ao cenário de instabilidade econômica.

O crescimento de projetos de companhias estrangeiras que estão iniciando operações no Brasil é outro aspecto que impulsiona a expansão dos negócios da Alog. É nessa vertente que a empresa começa a perceber os reflexos positivos do acordo com a Equinix. Com mais de 4 mil clientes globais, a Equinix tem 105 centros de dados no mundo. “Quando um cliente [da Equinix] tem um projeto no Brasil, é natural que eles nos procurem. Estamos pulando etapas nesse processo de seleção”, disse Victor Arnaud, diretor de marketing, recursos humanos, processos e tecnologia da Alog.

Com base no avanço dessa tendência, a Equinix investiu US$ 18 milhões em um novo centro de dados em Miami, nos Estados Unidos. A estrutura vai entrar em operação em outubro e será dedicada ao atendimento do mercado latino-americano, com destaque para o Brasil. “Temos um forte fluxo de clientes americanos que estão investindo na América Latina, e vemos esse novo centro de dados como uma ponte natural entre essas empresas e a região”, explicou Mark Adam, diretor de desenvolvimento da Equinix.


Fonte -Fonte: Valor Econômico

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