PRODUÇÃO INDUSTRIAL TEM A MAIOR QUEDA DO ANO EM MAIO

A produção industrial brasileira caiu 0,6% em maio na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Foi a terceira queda consecutiva da atividade do setor e também a maior do ano. Em abril, a produção caiu 0,5% ante março, dado revisado de baixa de 0,3%. Os dados constam da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de maio ficou quase em linha com a média prevista por 21 analistas e instituições financeiras ouvidos pelo Valor Data, de queda de 0,7%. O intervalo das estimativas ficou entre recuo de 0,3% e retração de 1,4%.

Entre as grandes categorias econômicas, a produção de bens de consumo duráveis recuou 3,6%, a queda mais acentuada do mês e a terceira taxa negativa consecutiva na comparação mensal, acumulando nesses três meses uma diminuição de 9,5%. O segmento de bens de capital teve retração de 2,6%, mais intensa do que o total da indústria. Também foram três meses seguidos de queda, com perda acumulada de 7,5% no período. O setor produtor de bens intermediários, com redução de 0,9%, acentuou o ritmo de queda frente ao resultado do mês anterior (-0,2%). O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (1,0%) foi o único que registrou avanço na produção nesse mês e manteve o comportamento predominantemente positivo em 2014.

Por setores de atividade, a produção industrial caiu em 15 dos 24 ramos investigados, de abril para maio.

As principais influências negativas foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%). O ramo de petróleo perdeu parte do avanço de 6,2% assinalado entre fevereiro e abril. Já o de automóveis apontou o terceiro recuo consecutivo, acumulando redução de 10,8% no período.

Outras contribuições negativas importantes vieram da menor fabricação de metalurgia (-4,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,1%), móveis (-4,4%) e produtos de borracha e de material plástico (-1,4%).

Entre os oito ramos que ampliaram a produção, os principais desempenhos foram em indústrias extrativas (1,4%), produtos alimentícios (1,0%) e produtos do fumo (18,5%). Com exceção do primeiro setor, estável no mês anterior (0,0%), os demais apontaram expansão na produção em abril: 2,5% e 10,0%, respectivamente.

Comparação anual:

Na comparação com maio de 2013, a produção industrial brasileira caiu 3,2%. Nesse confronto, a indústria brasileira reduziu a produção de 60,2% dos itens que fabrica. A produção de bens de capital recuou 9,7%, a de bens intermediários caiu 2,8%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis recuou 11,2% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,8%.

No acumulado do ano até maio, o setor teve baixa de 1,6%. Em 12 meses, a atividade da indústria avançou 0,2%, mostrando redução no ritmo de crescimento frente aos resultados verificados em março (2,0%) e abril (0,7%).

Automóveis:

A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias recuou pelo terceiro mês consecutivo em maio ao cair 3,9% na comparação com abril, na série que desconta os efeitos sazonais. Em abril, a queda foi de 0,7% e, em março, de 6,5%.

Em relação a maio de 2013, a produção de veículos automotores teve queda de 20,1%. Na comparação interanual, em abril, a queda tinha sido de 21,7%.

De acordo com o IBGE, no acumulado do ano até maio, a produção do setor teve queda de 12,5%, ao passo que, em 12 meses, a atividade caiu 2,8%.


Fonte -Fonte: Valor Econômico / Diogo Martins

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