PREÇO DE IMÓVEL DEVE ESTABILIZAR A PARTIR DESTE ANO

A disparada dos preços dos imóveis verificada no Brasil nos últimos anos está chegando ao fim. Empresas e analistas do setor, ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO, estimam que o auge das valorizações está perto do fim e que o ramo imobiliário residencial deverá enfrentar uma estabilidade de preços a partir de 2012.

Até o ano passado, a valorização das unidades seguiu em ritmo quatro vezes maior que a variação do Índice Nacional da Construção Civil (INCC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e que acompanha a variação de custos do setor. Enquanto o indicador avaliado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou encarecimento de 26,3% dos imóveis comercializadas em 2011, o INCC foi de 7,6%. Esse descolamento, que existe desde 2007, deve acabar a partir deste ano. Isso não quer dizer que os imóveis vão se desvalorizar. Eles apenas terão preços mais em linha com a inflação para o setor.

Segundo Fernanda Rezende, diretora da Fitch Ratings, espera-se que os preços dos imóveis residenciais estagnem. Ao menos até 2013, a diretora afirma não haver espaço para redução dos valores. “Alguns ajustes podem acontecer neste ano. Ainda há uma forte demanda, fundamentada no déficit habitacional e crescimento da renda. Os financiamentos facilitados pelo governo federal também dão base para a sustentação dos imóveis”, explica.

Celso Petrucci, economista chefe do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi), concorda com a avaliação. “Não descartamos a possibilidade de que os preços possam subir. Em algumas praças, (os imóveis) podem valorizar, em outras desvalorizar. Mas, definitivamente, não aumentará como antes”, diz o economista.

Em linha com o sindicato, empresas do setor acreditam que o mercado de imóveis residenciais mostrará maior desaceleração em 2012. “Não concordo com estagnação, mas não deve haver a alavancagem de preços que vimos nos últimos anos”, diz Marc Hofling, diretor nacional de vendas da Gafisa.

Segundo a Brookfield, a demanda está mudando, aumentando o critério sobre a aquisição de imóveis. “Percebemos que os clientes estão exigentes em relação à marca, qualidade e visibilidade do produto”.

Imóveis comerciais:

Também aquecido nos últimos anos, o mercado de imóveis comerciais pode passar pelo mesmo processo de acomodação de preços, ao qual parece fadado os residenciais. No entanto, as análises divergem.
Fábio Maceira, presidente da consultoria imobiliária Jones Lang LaSaile, ressalta que é preciso diferenciar o valor do aluguel e do imóvel para projetar um possível teto no preço. “A maior oferta por imóveis comerciais em São Paulo e, principalmente, no Rio de Janeiro, este ano, deve estabilizar os preços da locação, que estão próximos do seu limite”.

Quando Maceira se refere aos valores de negociação de imóveis comerciais o cenário muda. Como esse valor é composto por custos de construção e embute também a expectativa de retorno financeiro para compradores que adquirem unidades como investimento, ainda há espaço para que os valores subam.

“Com a queda da taxa de juros reais, muitos investidores migram parte dos recursos para imóveis, o que eleva os preços”.

Esses compradores, entre os quais estão pessoas físicas, famílias de alta renda e fundos especializados, não costumam se desfazer dos imóveis com rapidez ou facilidade, lembra Maceira, descartando que uma queda repentina de valores pode ser motivada por esse movimento.


Fonte -Fonte: Brasil Econômico / Gustavo Machado e Luciano Feltrin / Micheile Loureiro

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