PIOR RESULTADO: BRASIL GEROU 1,490 MILHÃO DE EMPREGOS FORMAIS EM 2013

Resultado é o segundo pior desde 2003. Ministério do Trabalho destacou o aumento no volume de servidores estatutários.

A criação de empregos formais somou 1,490 milhão em 2013, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgados pelo Ministério do Trabalho na última segunda-feira (18). O resultado representa uma alta de 29,7% na comparação com o total de 1,148 milhão de postos de trabalhos criados em 2012. No entanto, o resultado de 2013 é o segundo pior desde 2003, quando foram abertos 861 mil empregos.

Além dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que englobam os trabalhadores com carteira assinada, os números da Rais consideram os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores temporários. Segundo os dados do Caged divulgados em janeiro, o Brasil havia criado 1,1 milhão de vagas formais em 2013.

O Ministério do Trabalho destacou que, com a criação de vagas em 2013, houve crescimento de 3,14% no estoque de trabalhadores formais de 2012. O estoque de empregados formais em 2013 ficou em 48,94 milhões de pessoas, segundo a Rais.

De acordo com o tipo de vínculo, os dados da Rais 2013 mostram que a dinâmica do emprego formal decorreu do aumento de 4,85% no contingente de estatutários, representando um incremento de 414,7 mil postos de trabalho. Segundo o MTE, esse desempenho positivo do emprego estatutário pode estar relacionado à dinâmica eleitoral municipal, que em 2013 iniciou novo período de mandato, associado a novas contratações. Já os empregos celetistas tiveram crescimento de 2,76%, respondendo pela criação de 1,075 milhão de postos de trabalho.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias, destacou que, em 2013, quando novos governos municipais tomaram posse, houve a renovação do quadro nas prefeituras.

— Esse é um dado que contribui para o aumento no número de servidores públicos. Basicamente, os governos municipais (contribuíram para o resultado) — disse.

Questionado sobre o fato de o resultado de 2013 ter sido o segundo pior em uma década, o ministro preferiu ressaltar que o Brasil vem criando empregos. Ele observou, porém, que o Produto Interno Bruto (PIB) vem crescendo em patamares menores, o que impacta na geração de empregos.

— A geração de empregos acompanha o PIB. Agora, o que temos ressaltado é que o resultado continua positivo. Estamos vivendo (uma situação de) pleno emprego — disse.

Em termos absolutos, os setores que mais se destacaram na criação de empregos foram serviços (558,6 mil), comércio (284,9 mil), administração pública (403 mil), indústria de transformação (144,4 mil) e construção civil (60 mil). Segundo o recorte geográfico, todas as grandes regiões registraram expansão do emprego em 2013. O destaque foi para o Sudeste (550,3 mil postos de trabalho), seguido pelo Nordeste (313,2 mil), Sul (285,6 mil), Centro-Oeste (219,6 mil) e Norte (121,1 mil). Entre as unidades da federação, Roraima foi o único estado que registrou queda no número de postos de trabalho (-1,6 mil), em função particularmente do desempenho negativo da administração pública.

– Estamos analisando a causa dessa redução – disse o ministro.

Remuneração

As grandes regiões revelaram expansão generalizada na remuneração. Os percentuais de aumento real (acima da inflação) nas regiões foram: Sul (4,52%), Sudeste (3,35%), Nordeste (2,59%), Norte (2,05%) e Centro-Oeste (1,89%). Segundo o MTE, houve desaceleração no processo de redução do diferencial dos rendimentos entre a região Nordeste – onde estão os menores rendimentos – e a Centro-Oeste, que concentra os maiores valores. Em 2013, a relação entre os rendimentos dessas duas regiões era de 66,61%, contra 66,16% em 2012. Enquanto, no Nordeste, a remuneração média é de R$ 1.789,59, no Centro-Oeste ela é de R$ 2.686,52.

Gênero

Os dados do Ministério do Trabalho mostram que os rendimentos médios dos homens cresceram 3,18% em 2013. O percentual é inferior ao obtido para as mulheres, de 3,34%. Mesmo assim, a remuneração média real das mulheres está em R$ 2.018,48, enquanto a dos homens está em R$ 2.451,20.

Desaceleração

Na avaliação do governo, o comportamento de crescimento do emprego formal ininterrupto contribui para a redução da taxa de desemprego no Brasil. Em 2013, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, a taxa de desemprego brasileira ficou em 5,4%, menor valor da série anual iniciada em 2003.

O ministro Manoel Dias informou que, na quinta-feira (21), seriam divulgados os dados do Caged referentes ao mês de julho. Apesar dos dados positivos do ano passado, mês a mês, a criação de vagas formais vem apresentando desaceleração. Entre janeiro e junho deste ano, foram abertas 588.671 vagas, o menor patamar para o primeiro semestre desde 2009, de acordo com o Ministério do Trabalho.

Diante dos dados ruins do semestre e especialmente de junho, no mês passado, o ministro Manoel Dias reduziu a meta de empregos deste ano para um milhão, inferior ao resultado de 2013: 1,1 milhão, e à meta fixada pelo governo no começo do ano, que variava entre 1,4 milhão e 1,5 milhão de empregos.


Fonte -Fonte: O Globo / Cristiane Bonfanti

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