ODEBRECHT INICIA NOVA FASE NO SETOR

A Odebrecht Óleo e Gás, prestadora de serviços para a indústria de petróleo, está ampliando a área de atuação. A empresa cresceu nos últimos seis anos focada na perfuração de poços de petróleo para a Petrobras. O negócio a levou a construir sete sondas para operação em águas ultraprofundas. Essa frota consumiu boa parte dos US$ 5 bilhões que a empresa começou a investir em 2007 e que terminará de desembolsar até 2013. Agora a companhia volta-se para a prestação de serviços especializados a poços de petróleo, atividade que vai começar por campos terrestres na Venezuela, mas cuja maior aposta está em campos também em terra na Argentina.

“Acreditamos que há espaço para ter uma empresa brasileira nessa área de serviços especializados a poços e originar tecnologia no Brasil”, diz Roberto Ramos, presidente da companhia. Os sócios da empresa são a Odebrecht, a Gávea Investimentos, que comprou 5% do capital em 2011, e a Temasek Holdings, o fundo soberano de Cingapura, com 13,57% do capital total.

A Odebrecht Óleo e Gás planeja entrar na nova atividade com foco em serviços para reservatórios não-convencionais de óleo e de gás de xisto. Vai começar o trabalho nos campos maduros de Tierra Oeste, na Venezuela, que apresentam declínio na produção. Segundo Ramos, a Odebrecht Venezuela comprou 40% desses campos. Os outros 60% estão sob controle da PDVSA. “São reservatórios carbonatados que vão precisar de serviços de estimulação com bombeio a alta pressão”, diz o executivo. A empresa pretende utilizar a experiência nesses campos para se capacitar e acumular credenciais para atuar nesse segmento.

Ramos acredita que a Argentina vai ser o grande demandante desse tipo de serviço dadas as reservas estimadas de petróleo e de gás natural de xisto da descoberta de “Vaca Muerta”, na província de Neuquén. Os serviços especializados a poços de petróleo podem gerar faturamento adicional de US$ 200 milhões por ano em prazo de quatro ou cinco anos, prevê o executivo.

A atividade será uma nova linha de serviços dentro de um portfólio que teve rápido crescimento em seis anos e inclui ativos de perfuração e de serviços submarinos, como construção de oleodutos no fundo do mar. Nessa atividade, a companhia tem dois navios para lançamento de linhas flexíveis, em sociedade com a Technip, que vão começar a ser construídos em outubro na Coreia e devem chegar ao Brasil em 2014. A Odebrecht tem ainda participação em dois navios-plataforma de produção: um em sociedade com a Maersk, em operação no Mar do Norte, e outro em parceria com a Teekay Petrojarl, construído em Cingapura e que chega em outubro ao Brasil para operar no sul do país.

Essas atividades, somadas aos serviços especializados a poços, vão garantir à empresa receita anual de cerca de US$ 1,5 bilhão a partir de 2013. Em 2012, a empresa deve faturar perto de US$ 1 bilhão. Em 2011, a receita bruta foi de US$ 378 milhões. Na atividade de perfuração, a companhia tem quatro navios-sonda construídos na Coreia, dos quais dois: Norb VIII e Norb IX estão em operação. Os outros dois chegaram ao país, mas ainda passarão por testes. A empresa conta ainda com três plataformas semissubmersíveis, duas das quais feitas em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (a terceira foi reformada nas Ilhas Canárias).

“Somos a empresa brasileira que tem a maior frota de plataformas de perfuração para águas ultraprofundas”, diz Ramos. A frota vai operar para a Petrobras em contratos de longo prazo. As sondas integram pacote de doze plataformas encomendadas pela Petrobras no exterior. No início, a empresa tinha contratos para construir três das doze unidades, mas terminou assumindo participação majoritária em outras quatro sondas em sociedade com Delba / Interoil. Agora entrou como sócia da Sete Brasil em cinco sondas que serão construídas no país. A empresa terá 15% em cada unidade e será a operadora das sondas que vão trabalhar para a Petrobras. Com mais essas plataformas, ela vai aumentar a frota para doze sondas, das quais terá controle sobre sete e participação societária em cinco.


Fonte -Fonte: Valor Econômico

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