A Petrobras vai aumentar em agosto o preço do gás encanado que é vendido às distribuidoras estaduais. De acordo com a Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), a estatal enviou às empresas comunicado de que haverá reajuste de 11% em relação ao mês anterior.
Segundo a associação, com o aumento, o reajuste acumulado no ano será de 23,5%. Isso não significa, contudo, que a alta será logo repassada ao consumidor de imediato.
Os reajustes das tarifas das distribuidoras de gás encanado aos consumidores têm de ser autorizados pelas agências reguladoras estaduais. Em São Paulo, cabe à Arsesp a decisão; no Rio, à Agenersa.
O gás encanado, utilizado na cozinha das residências e também para aquecimento de água, é proveniente do gás natural retirado das reservas de petróleo.
Ele é enviado ao continente por meio de gasodutos. Sua composição é diferente da do gás de botijão, o GLP (gás liquefeito de petróleo), que depois de comprimido se torna líquido e pode ser transportado em recipientes.
Cálculo da própria Abegás mostrou que o preço do gás ficou 23% mais caro em maio para mais de 2 milhões de consumidores, industriais e residenciais após a Petrobras cortar descontos no valor do produto.
O aumento do gás se dá num momento delicado da Petrobras, envolvida nos escândalos de corrupção deflagrados pela Operação Lava Jato e em meio a dificuldades financeiras.
Como revelou a Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (2), o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, não descartou ainda um reajuste no preço da gasolina até o fim do ano.
PREÇO – O último boletim sobre o mercado de gás natural divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, de abril, registrou que o preço cobrado pela Petrobras às distribuidoras do Sudeste no período foi de US$ 7,419 por milhão de BTU, unidade de medida usada no setor, equivalente a 26,8 metros cúbicos.
Numa conta simples, considerando que em média o consumo de gás das residências brasileiras é de 17 metros cúbicos por mês, um milhão de BTU é o suficiente para abastecer duas casas e meia.
Fonte -Fonte: FolhaPress