ÍNDICES MELHORAM, MAS AINDA MOSTRAM MERCADO DE TRABALHO RUIM, DIZ FGV

Indicadores de emprego apurados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostraram em dezembro, mas ainda mostram um mercado de trabalho fraco, após meses de deterioração.

Em relatório divulgado na quarta-feira (07), a instituição informa que o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) – que procura sinalizar uma tendência futura – teve alta de 2% no mês passado, após queda de 0,3% em novembro. O patamar alcançado pelo índice (76 pontos), contudo, continua muito baixo em termos históricos.

“A série de médias móveis trimestrais apresenta tendência positiva, mas os números ainda não permitem distinguir se estamos observando uma reversão de tendência ou uma calibragem frente ao pessimismo exacerbado das expectativas nos meses anteriores”, afirma Sarah Lima, economista da FGV/Ibre, em comunicado divulgado pela fundação.

Dentre as variáveis que contribuíram para a evolução positiva do indicador antecedente em dezembro destaca-se o índice do otimismo da indústria com a situação dos negócios nos próximos seis meses, que subiu 8,7% ante novembro. O IAEmp é construído como uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor.

O segundo indicador, o Coincidente de Desemprego (ICD), teve queda de 1,1% em dezembro, para 73,6 pontos, a primeira em nove meses. Nesse índice, um recuo significa que os consumidores entrevistados veem um mercado de trabalho mais positivo naquele período e esperam queda no desemprego.

O recuo do ICD, contudo, ainda não foi suficiente para reverter a tendência de alta observada nos meses anteriores. “Após alguns meses de piora no mercado de trabalho, a ligeira queda do ICD em dezembro deve ser tomada com alguma cautela”, afirma Sarah Lima.

O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho. Desse modo, o indicador capta puramente a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, sem refletir, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por desalento, explica a FGV.


Fonte -Fonte: Valor Econômico

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