Sediada em San Jose, a Cisco, fabricante de equipamentos de rede, está se expandindo para novas áreas. Uma delas é a de smart grid, redes inteligentes de eletricidade. Há dois anos, Laura Ipsen, que ocupava o cargo de vice-presidente de Política Pública Global e Assuntos Governamentais, assumiu o comando da área de Energia Conectada, para conduzir as operações de smart grid. Ela visitou o Brasil no mês passado, quando conversou com o Estado.
“Trabalhamos com grandes empresas de energia ao redor do mundo”, explicou Laura. “Temos projetos na Ásia, na Austrália e nos Estados Unidos. Temos uma arquitetura fim a fim, que vai da geração ao consumo. Começamos com a automação de subestações. Temos mais de 200 clientes ao redor do mundo, que incluem empresas de energia e até companhias como a Petrobrás, do setor de petróleo e gás”.
Segundo Laura, muitos dos projetos com os clientes são para definir a estrutura de smart grid. Nos EUA, a Cisco trabalha com empresas como a Duke Energy. As redes inteligentes de energia integram tecnologias da informação e comunicação na sua infraestrutura, o que torna a rede mais confiável e mais segura, além de permitir novos tipos de serviços e pacotes comerciais. “Não fabricamos o medidor eletrônico, mas fornecemos a inteligência do medidor”, explicou a vice-presidente da Cisco.
No curto prazo, a oportunidade para as empresas de energia é o aumento de eficiência, segundo Laura. Além disso, a adoção de padrões globais, como o protocolo de internet (IP, na sigla em inglês), abre o setor de energia para a criação de novos produtos e serviços.
“As tecnologias de smart grid permitem à empresa de energia capturar a informação gerada em sua operação, que pode até ser transformada em novas fontes de receita no futuro”, apontou a executiva. “Estamos entrando em águas não navegadas”.
Diferenças. Nos Estados Unidos, uma das principais preocupações das empresas de energia é aumentar a segurança da rede. No Brasil, existe uma grande oportunidade de se reduzir fraudes com o smart grid. “Aprendemos muito sobre segurança com a internet”, disse Laura.
Sobre as tecnologias limpas que estão surgindo no Vale do Silício, a vice-presidente da Cisco apontou a importância de integrá-las à infraestrutura existente. “Acho que, para que tenham sucesso, essas novas empresas precisam fazer parte da rede de energia. Existe um desafio, do ponto de vista regulatório, sobre a velocidade com que essas tecnologias serão aceitas”.
Fonte -Fonte: O Estado de S.Paulo / Renato Cruz