IMIGRAÇÃO DE TRABALHADORES LEGAIS AUMENTA 25% AO ANO

Crise externa e carência de mão de obra especializada especial mente em construção pesada, tecnologia da informação e petróleo, óleo e gás se combinaram para fazer o Brasil voltar a ser destino de imigrantes em busca de emprego. O número de vistos de trabalho cresceu 26% em 2011 em relação a 2010, ano que já havia superado o anterior em 30,51%. No primeiro semestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, o incremento foi de 24%.

Os dados, naturalmente, não consideram os imigrantes ilegais, que chegam para ocupar postos de trabalho em situação precária, como em confecções — por exemplo, na região central de São Paulo, de onde surgem denúncias de condições análogas à escravidão e na lavoura, especialmente no Centro- Oeste, para onde vão trabalha dores que cruzam a fronteira.

Chama a atenção o recente incremento na concessão de autorizações permanentes. O número mais do que dobrou neste primei ro semestre, em relação a igual período do ano passado. A expansão foi de 106,77% acima do aumento de 17,75% contabilizado pelos temporários. No consolida do de 2011, a ampliação de permanentes foi de 49,47%, contra 24,79% de temporários.

Outro aspecto notável é o avanço da participação de mulheres no contingente de estrangeiros que conseguem autorização para atuar no país: 37,46% em 2011, quando fluxo de homens subiu 24,7 e 41% em 2010, contra 29% dos trabalhadores do sexo masculino. Nos primeiros seis meses deste ano, o índice foi de 31,4%, puxando a média, já que o incremento no contingente de homens foi de 23,27%.

Os países que mais enviam profissionais para o Brasil são Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Argentina e Colômbia. A região que mais recebe imigrantes é o Sudeste. No ano passado, dos cerca de 70 mil trabalhadores estrangeiros — com autorização permanente ou temporária —, 12 mil tiveram como destino o Rio de Janeiro. Cerca de metade (6.890) seguiram para São Paulo. Minas Gerais ficou com 1.034 e Paraná, com 402.

“As contratações de estrangeiros estão voltadas para obras de infraestrutura, exploração do Pré Sal, Olimpíadas e Copa do Mundo, além de serviços financeiros e a continuação da chegada de investimentos estrangeiros”, diz Ugo Barbiere, sócio-diretor da empresa de gestão de capital humano Horton International. “Algo entre 5% e 20% das empresas brasileiras ou multinacionais têm recrutado estrangeiros para seu quadro de pessoal. Exemplos clássicos de companhias que sofrem com déficit de mão de obra técnica são Petrobras e Embraer.” Procurada pela reportagem, a Petrobras informou que “o ingresso na companhia se faz por processo seletivo público aberto a brasileiros”.


Fonte -Fonte: Brasil Econômico / Juliana Garçon

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