O anúncio do início do horário de verão aliado a expectativa do nível dos reservatórios deixam para esse período de 126 dias a expectativa de qual tipo de auxílio ele poderá trazer ao sistema. De acordo com o professor Reinaldo de Castro, do departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, a redução da demanda no horário de ponta é o benefício, resultando em um alívio financeiro para o sistema. “Dada a situação que estamos com PLD altíssimo e todas as térmicas despachadas, qualquer redução de demanda na ponta hoje tende a ser uma resposta em termos financeiros para o próprio sistema”, explica.
A ponta também é ressaltada por João Mello, da consultoria Thymos. Segundo ele, há uma economia de energia de 2% a 3% no período. Assim como Castro, ele também ressalta que qualquer esforço de economia será benéfico para o sistema. “O efeito do horário de verão é deslocar exatamente o consumo residencial para não ficar tudo no mesmo horário”. afirma Mello. A economia prevista pelo Ministério de Minas e Energia é de R$ 278 milhões com redução de 4,5% na demanda em todo o país no horário de maior consumo, ou 2.595 MW. No Sudeste/Centro-Oeste, a expectativa é de redução de 1.970 MW de demanda na hora de ponta de carga.
Ainda segundo Castro, não fosse 2014 um ano eleitoral, o consumidor já estaria mais informado sobre a atual situação dos reservatórios e do sistema, o que o deixaria em uma situação diferente da atual para o horário de verão. “Parece que vai ocorrer simplesmente um atraso no horário, não há nenhum alerta sobre a situação, infelizmente”, avisa. O professor avalia que o horário de verão é importante para o Sistema Interligado Nacional e não para o consumidor. “O horário de verão não mitiga o consumo, mas a demanda na ponta”, conta Castro.
Para ele, o consumidor em geral ainda não tem a noção do consumo na ponta. Ele acredita que com as bandeiras tarifárias, que entrarão em vigor a partir de janeiro do ano que vem, ele entenda um pouco mais da sua conta de luz. “No horário de verão, ou ele acorda insatisfeito ou curte o final de tarde satisfeito por que tem iluminação”, observa. “Com a bandeira tarifária, vai haver o entendimento que ao retirar esse consumo dos horários de energia mais caros, vai ter um benefício”, aponta.
A inclusão de outros estados no horário de verão, como a exemplo do que aconteceu em 2012 com a Bahia e em 2013 com o Tocantins, não é corroborada pelo professor, pelo fato de limites geográficos diminuírem a luz natural durante o dia, o que não traria ganho. “Vamos continuar tendo o horário de verão praticado nas regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, comenta.
Fonte -Fonte: CanalEnergia
