Grupo de Notáveis Brasil-Japão defende “Colaboração para um futuro sustentável”

Grupo de Notáveis Brasil-Japão defende “Colaboração para um futuro sustentável”

Primeiro encontro presencial após quatro anos, por conta da pandemia de Covid-19, a 11ª Reunião do Grupo de Notáveis (Wise Group) para uma Parceria Econômica Estratégica Brasil-Japão teve como tema central a “Colaboração para um futuro sustentável”. Representantes de 12 empresas e organizações, que compõem o grupo, e do setor público, participaram dos painéis: “Descarbonização – Desenvolvimento e Utilização de Biocombustíveis e Hidrogênio”; “Contribuição Proativa para a Manutenção dos Ecossistemas e o Desenvolvimento Social na Região Amazônica”; e “Novo Papel do Brasil para a Reestruturação e Diversificação da Cadeia de Suprimentos Global”.

Os debates ocorreram na sede da Firjan nesta segunda-feira (10/4). Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da federação e chairman do grupo pelo lado brasileiro, abriu o encontro ao lado de Akio Mimura, chairman pelo lado japonês do Wise Group.

 

Também participaram da abertura o embaixador do Japão no Brasil, Hayashi Teiji, e o secretário para Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Eduardo Saboia. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enviou mensagem de vídeo destacando as relações comerciais bilaterais entre o Brasil e o Japão.

Ao final do encontro, foi aprovado o documento com recomendações e sugestões aos governos dos dois países. Pelo lado brasileiro, o documento será entregue nesta terça-feira (11/4), em Brasília, ao presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Ele citou algumas medidas que o governo atual vem adotando para reduzir o Custo Brasil e, assim, tornar o Brasil mais atrativo e competitivo para os investimentos estrangeiros.

Eduardo Eugenio destacou que o Brasil apresenta um novo cenário político, trazendo consigo duas palavras: reconstrução e oportunidades. Segundo o presidente da federação, o país tem dois importantes trunfos: a energia limpa, por meio do aumento das fontes renováveis e o agronegócio, que contribui para a segurança alimentar mundial. “Estamos diante da oportunidade de potencializar a produção, no Brasil e no Japão, para atender a demandas globais. É um movimento importante para todos os povos”, afirmou.

chairman Akio Mimura destacou que o Japão acompanha com interesse os rumos da economia brasileira, ao mesmo tempo em que reforçou os esforços da indústria japonesa para neutralizar as emissões de carbono. Segundo ele, há graves perturbações na economia global, e Brasil e Japão podem contribuir muito numa nova ordem internacional.

Colaboração para um futuro sustentável

Keynote speaker do evento, o diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do banco Safra e ex-ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, abriu as mesas temáticas com a apresentação “Diretrizes das Políticas Econômica e Externa do novo Governo brasileiro”. O primeiro painel discorreu sobre “Descarbonização – Desenvolvimento e Utilização de Biocombustíveis e Hidrogênio”, uma extensão do tema “Solução para o Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Neutralidade de Carbono”, discutido nas duas últimas reuniões em 2021 e 2022.

Foram debatidos o uso do biogás e do bioetanol para fins múltiplos, além da energia eólica e solar como matrizes que poderiam alimentar plantas de produção de hidrogênio verde e de amônia. O painel contou com a participação de Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra.

No segundo tema, “Contribuição Proativa para a Manutenção dos Ecossistemas e o Desenvolvimento Social na Região Amazônica”, foi debatida a conservação de diversos ecossistemas e o desenvolvimento econômico local. Também foi sugerida a participação de mais contribuintes ao Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e que atrai recursos para serem investidos na preservação e fiscalização da região.

“Está no DNA do Banco, o financiamento de projetos de energias renováveis, como solar, eólicas e biocombustíveis. Vamos continuar investindo nessas áreas, assim como em produção de hidrogênio. É importante pensar também na expansão de investimentos em ferrovias, eletrificação da mobilidade urbana, além do uso do gás natural como insumo para transição energética para produção de fertilizantes”, enumerou Natália Dias, diretora executiva de Mercado de Capitais, Finanças Sustentáveis e Relações Internacionais do BNDES, que representou o presidente do Banco, Aloizio Mercadante.

Já o tema final, “Novo Papel do Brasil para a Reestruturação e Diversificação da Cadeia de Suprimentos Global”, debateu o potencial do Brasil como fonte de abastecimento e base de exportação de diversos produtos industriais. Chairman no Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e ex-ministro de Desenvolvimento, Comércio e Indústria do Brasil, Luiz Fernando Furlan, falou sobre o Acordo de Livre Comércio Brasil-Japão/Mercosul.

As discussões consideraram a importância da participação do Brasil na APEP (Parceria para as Américas para a Prosperidade Econômica), além de debater a necessidade de os países ocidentais reverem as cadeias de suprimentos atuais, fortalecê-las e diversificá-las para suportar a nova ordem mundial, diante da questão Rússia-Ucrânia e as relações EUA-China.

Também participaram do encontro, Eduardo Bartolomeo, Presidente da Vale; Pedro Mizutani, membro do Conselho de Administração da Cosan; Kosei Shindo, chairman Nippon Steel Corporation; Masami Iijima, Conselheiro da  Mitsui; Takeshi Uchiyamada, presidente do Conselho da Toyota; e Nobumitsu Hayashi, diretor executivo do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), entre outros empresários e representantes governamentais dos dois países.

Confira as fotos

 

Fonte: Firjan

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