O governo está trabalhando em uma “agenda tributária” para reduzir a carga de impostos sobre o setor petroquímico, informou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, ao listar as medidas planejadas pelo governo para promover a recuperação da indústria, “comprimida” pelo longo período de valorização do real e aumento da competição internacional.
“É essencial que preservemos a petroquímica e a indústria química brasileira, porque temos grande oportunidade com as matérias-primas que virão no futuro”, defendeu Coutinho ao falar no Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O presidente do BNDES informou que o governo prepara também “uma agenda muito forte de incentivos e apoio a processos de inovação”. Não quis, porém, detalhar as medidas em elaboração, que dependem de decisão final do Ministério da Fazenda.
Coutinho listou seis setores em que o governo vê condições de, com incentivos, mudar o perfil da indústria brasileira e desenvolver “produtos novos”: a cadeia produtiva de insumos, equipamentos e serviços de engenharia para produção de petróleo e gás; a bioenergia, especialmente biocombustíveis; o complexo industrial vinculado à Saúde, combinado à pesquisa biotecnológica; o complexo aeroespacial de defesa, que tem como líder a Embraer; o setor de geração de energia, onde já há experiências inovadoras em energia eólica; e o complexo de tecnologia de informação e comunicações.
Lembrado por empresários presentes da necessidade de apoiar setores tradicionais como o petroquímico e o têxtil, Luciano Coutinho garantiu que o banco não limitará o apoio aos setores com potencial mais evidente em inovação. O governo pretende apoiar “todos os complexos industriais relevantes que o Brasil construiu, onde perdeu terreno e precisa recuperar”.
Fonte -Valor Econômico