FUNDO MIRA NO VAREJO E PLANEJA ENTRAR FORTE NO “MUNDO REAL”

O setor varejista está no radar da Previ. Como diz Ricardo Flores, presidente do fundo de pensão, é preciso direcionar a carteira para projetos “do mundo real”, que estão ligados ao consumo interno. O varejo tem sido uma clara tendência de investimento do fundo. Depois da compra de 2% da rede de lojas de departamento Magazine Luiza, o foco agora são as empresas do setor de construção civil.

A procura é por empresas nacionais e com capital aberto. Empresas listadas na Bovespa, diz ele, apresentam maior transparência e consistência de números. Para Flores, há uma visão clara do fundo sobre o fortalecimento do mercado interno, em função da mudança nas condições de vida das classes C, D e E.

“Pessoas que não eram bancarizadas passaram a ser bancarizadas, pessoas que não tinham renda passaram a ter renda e quem tinha renda teve uma melhora. O consumo interno hoje é algo aquecido e que responde por uma parcela fundamental de tudo aquilo que é produzido. Queremos avaliar bem isso para tentar entrar em determinado investimento que esteja relacionado ao consumo e ao varejo. Nós compramos 2% do Magazine Luiza, que é varejo e é mercado interno.

Estamos avaliando outras oportunidades. Por exemplo, a área de construção civil. Há grandes redes de varejo na área de construção civil. É um investimento interessante porque o retorno é bom”, destaca.

O mercado imobiliário, segmento onde a Previ já tem atuação, representa pouco mais de 4% dos investimentos do fundo. Até o final de 2012, a meta é que responda por 5% e chegue a 6% em 2018. O objetivo é focar nos shopping centers, torres comerciais de alto padrão, com certificação ambiental e galpões para logística, sempre pensando na infraestrutura.

Uma pesquisa feita pela própria Previ aponta que, grande parte de seus ativos imobiliários estão localizados em regiões onde serão concentrados investimentos substanciais em função de eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo, nas áreas de descoberta do pré-sal e onde estão sendo feitas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Nosso interesse é estar em praças que justifiquem a demanda. Em Brasília temos duas torres comerciais totalmente alugadas. O edifício Eco Berrini em São Paulo, foi todo alugado pela Vivo, por um período de dez anos. Temos alguns investimentos no Rio também, e há projetos sendo analisados para torres comerciais na região do Porto Maravilha. Normalmente nossos investimentos são em praças onde haja uma demanda grande ou em cidades no interior como Campinas, Ribeirão Preto, Macaé, Campos. A carteira imobiliária da Previ superou os R$ 6 bilhões em 2011”, destaca Ricardo Flores.

O imóvel na capital paulista foi considerado um ativo com grande destaque da carteira imobiliária da Previ, por ter localização privilegiada em área nobre da cidade e ter sido alugado em sua totalidade em um curto espaço de tempo. Já no Rio de Janeiro, além dos projetos avaliados no Porto Maravilha, a Previ realizou o retrofit de um edifício da década de 40 no centro da cidade, tornando o imóvel alinhado a padrões tecnológicos, sem perder suas características arquitetônicas clássicas.

Na área de infraestrutura, a Previ também está de olho em oportunidades de investimentos. Novamente, pensando na Copa, nas Olimpíadas e em projetos de infraestrutura na área de mobilidade urbana.
“Dentro de infraestrutura temos os aeroportos, ganhamos agora o maior da América Latina (referindo-se a Guarulhos, por meio do consórcio liderado pela Invepar que ganhou a concessão). Nosso chassi para focar em infraestrutura é a Invepar. Também estamos estudando portos que estão em projetos e em construção”.


Fonte -Fonte: Brasil Econômico / Erica Ribeiro e Ramiro Alves

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