FUJITSU ENTRA NA DISPUTA PELO MERCADO BRASILEIRO DE SMART GRID

Atenta ao movimento do Brasil para entrar na era de smart grid, tecnologia que transforma as redes elétricas inteligentes, a Fujitsu anunciou a sua entrada nesse mercado com o fornecimento de uma solução de comunicação de rede sem fio baseada na plataforma Mesh. Para competir nessa área, a companhia está trazendo para o País sua tecnologia WisReed, que já é adotada no Japão e no México.

A linha WisReed é uma solução que vem com a proposta de ajudar utilities a construirem sua infraestrutura de rede para fazer a medição inteligente, seja de energia, água, gás ou outros serviços públicos. A tecnologia funciona embutida em medidores em inteligentes localizados nas residências dos consumidores finais e conta com estações repetidoras de sinais que transmitem informações para as concessionárias. Pelo sistema, a leitura sobre o consumo das casas passa a ser remota sem a necessidade de operações manuais.

Edson Siqueira, diretor de vendas da Fujitsu Brasil, destaca que uma das vantagens da tecnologia WisReed é permitir comunicação bidirecional entre os medidores inteligentes e a concessionária. Assim, as prestadoras de serviços podem não apenas efetuar a leitura remotamente do consumo como também detectar falha na rede elétrica, queda do serviço e efetuar o religamento de forma automática.

O executivo compara as atuais redes elétricas como as de telefonia há cerca de 30 anos. “Não existia inteligência e os processos eram manuais. Hoje, a companhia de TV a cabo, por exemplo, ativa os novos canais, sem precisa mandar alguém na casa do consumidor”, diz Siqueira. Já as concessionárias de energia precisam mandar o leiturista até a residência dos clientes finais, enviam um técnico para efetuar corte e religamento, bem como especialistas em reparos. Há muita intervenção humana porque a rede de distribuição não está informatizada.

Siqueira observa que a proposta do smart grid é automatizar a última milha da malha de distribuição de energia para integração dos dados com as redes de TI, que cuida da cobrança, relacionamento com os clientes e todos os processos de retaguarda.

Esse processo precisa começar pelo medidor que está na casa do consumidor, que precisa ser dotado de inteligência para coletar e transmitir informações dos clientes e hábitos de consumo, ou seja, em que momento do dia ele gasta mais energia. Com esses dados, a companhias vão poder no futuro, fazer planos sob medida como os das operadoras de telecomunicações, com promoções para uso da rede elétrica em determinados horários.

Com automatização da rede elétrica, Siqueira enfatiza que as companhias vão reduzir custos e melhorar a eficiência energética, gerenciando os desperdícios, algo essencial para os negócios e atendimento dos requisitos de sustentabilidade.

O executivo relata que projetos implantados no Japão já conseguem avaliar o consumo dos clientes a cada dez minutos, possibilitando que as concessionários sejam mais rápidas na tomada de decisão. De posse desses dados, elas têm um melhor planejamento da distribuição de cargas de energia. Antes, esse processo era realizado com base no histórico de consumo.

Estágio do Brasil:

Assim como o resto do mundo, o Brasil ainda está dando os primeiros passos para digitalização das redes elétricas. O governo federal começou no ano passado a realizar um programa com para definir as diretrizes do programa nacional de smart grid. Esse documento ainda não foi apresentado.

Enquanto isso estão sendo realizados, cerca de dez pilotos no País com distribuidoras de energia de algumas regiões para medir o impacto da informatização de duas redes. Esse trabalho conta com a participação da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) e a Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O maior desafio é a substituição da base brasileira de 65 milhões de medidores, sendo que a maioria ainda é eletromecânico, por equipamentos inteligentes com capacidade para enviar e receber informações. O governo ainda está analisando como será realizada essa troca e que cronogramas vai estabelecer.

Para Siqueira, essa iniciativa abre oportunidades de negócios para a Fujitsu, que vai disputar esse mercado atuando em parceria com as fabricantes de medidores, já que a sua solução é de comunicação de rede.

Para semear seu terreno, a companhia montou um time de especialistas em smart grid no Brasil e acompanha o desenvolvimento do mercado. A empresa também está participando de um grupo de trabalho do CPqD com fabricantes de medidores. “Esperamos participar de um piloto no Brasil com nossa solução entre 2012 e 2013”, afirma o executivo.


Fonte -Fonte: Computerworld / Edileuza Soares

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