A falta de investimentos nas Serras das Araras, de Petrópolis e na Ponte Rio-Niterói, que ligam o Rio de Janeiro a importantes regiões do Brasil, pode gerar prejuízo de mais de R$ 2,7 bilhões com o aumento do número de acidentes até 2021. O dado é da nota técnica “O alto custo dos acidentes nas serras das Araras e de Petrópolis e na Ponte Rio-Niterói”, divulgada pelo Sistema FIRJAN no dia 15 de janeiro.
A Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre os dois maiores centros industriais brasileiros, que concentra quase 50% do PIB nacional, tem seu maior gargalo nos nove quilômetros da Serra das Araras. Projeções indicam que, até 2021, o número de veículos na rodovia crescerá 55,8% em relação a 2012, superando 39 mil veículos/dia, a maior parte sendo caminhões e carretas.
O resultado da combinação entre pista inadequada e aumento do tráfego será o aumento do número anual de acidentes, que deverá crescer 128,1%, passando de 513 para 1.170 até 2021. Com isso, o custo com os acidentes poderá chegar a mais de R$ 430 milhões no período.
Na Rodovia Washington Luiz (BR 040), principal ligação do Rio de Janeiro com Minas Gerais e a região Centro Oeste, os 21 quilômetros da Serra de Petrópolis, que concentram o maior volume de veículos da rodovia, são seu maior gargalo. De acordo com a nota, a indefinição sobre a obra da BR 040 e sua não realização fará crescer até 2021 em 71,7% o volume de tráfego em relação a 2012, atingindo 45,7 mil veículos/dia.
O número de acidentes deverá crescer 124,9% frente a 2012, atingindo 1.858 ocorrências no ano. Entre 2012 e 2021 o custo dos acidentes chegará a R$ 1,6 bilhão.
Na Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), principal ligação da cidade do Rio de Janeiro com Niterói, o Leste e Norte Fluminense e com a região Nordeste do Brasil, estimativas do Sistema FIRJAN apontam para um volume de tráfego superior a 115 mil veículos/dia em 2021, crescimento de 47,9% em relação a 2012. Se as obras não forem realizadas, deverão acontecer mais de 1.600 acidentes. O custo acumulado dos acidentes entre 2012 e 2021 se aproximará de R$ 750 milhões.
De acordo com a nota, o PAC da Infraestrutura prevê investimentos de R$ 133 bilhões em rodovias e ferrovias no horizonte de 25 anos, dos quais R$ 42 bilhões serão destinados a novos programas de concessões rodoviárias. O anúncio foi bem recebido pelo setor produtivo, que reconhece na medida a intenção do governo de aumentar a competitividade nacional atacando um dos principais itens do chamado Custo Brasil: a deficiência da infraestrutura logística.
Tal medida, porém, surpreendeu ao focar exclusivamente em novas concessões, ignorando os problemas atualmente existentes em rodovias já concedidas e que precisam de rápida solução.
Fonte: Granadero AdvogadosFonte -Fonte: Granadero Advogados