Atualmente no cenário global pode ser observado que a ampliação do progresso e bem-estar social vem acompanhada por um aumento no consumo da energia. Dentro deste contexto, a partir dos anos 70 passou-se a questionar o modelo de desenvolvimento baseado no consumo intensivo dos recursos energéticos não-renováveis, cujos preços tiveram aumento significativo.
O conceito de desenvolvimento sustentável ganhou mais força com o despertar das questões ambientais. Surge assim a necessidade dos governos dos diversos países que compõem o cenário internacional implementarem um conjunto de políticas de eficiência energética como meio eficaz de lidar com os desafios econômicos, ambientais e de segurança energética.
Dentro deste contexto, o Lawrence Berkeley National Laboratory (Berkeley Lab) conseguiu ganhar destaque internacional na área. O laboratório foi fundado em 1931 pelo vencedor do prêmio Nobel de Física, Ernest Orlando Lawrence.
Seu impacto na economia norte-americana é estimada em até U$1,6 bilhões por ano, com destaque para os resultados desenvolvidos na área de eficiência energética. Suas pesquisas são pioneiras em matriz solar dentro do contexto de tecnologias para a área energética. Assim, apresenta avanços em construções e tecnologias envolvendo luz, além de novas tecnologias em captura e sequestro de carbono. O Berkeley Lab se tornou um líder em inovação energética.
De acordo com Gilberto Jannuzzi, que foi Visiting Scholar no Berkeley Lab e atualmente é professor da UNICAMP, o laboratório é uma das principais instituições de pesquisa originais e ideais inovadoras em eficiência energética.
Para ele, trata-se de uma longa tradição e uma instituição que causa grande impacto nas decisões envolvendo o setor, realizando um trabalho onde a eficiência energética é tratada no âmbito internacional. Outro destaque é o trabalho relacionado com padrões de consumo energético e o desempenho de padrões de eficiência energética no âmbito internacional.
O Lawrence Berkeley National Laboratory trabalha nas fronteiras do conhecimento para entender nosso universo e os desafios que o planeta enfrenta.
Através de colaborações internacionais apresenta trabalho em diversas áreas de energia e até mesmo clima, como turbinas eólicas na Rússia, biocombustíveis na Floresta Amazônica e trabalhos envolvendo eficiência energética na Índia e em edifícios ‘arranha-céus’ em Nova York, além de explorar energia eólica na África.
No âmbito de padrões de consumo energético pode-se ilustrar os estudos do laboratório através de uma pesquisa realizada em 2007. Pesquisadores do laboratório concluíram que os servidores tinham igualado os aparelhos de televisão em termos de consumo energético, representando 1,2% do total do consumo de energia nos Estados Unidos, um indicador que tinha duplicado desde 2002 .
Com destaque no cenário global, o Berkley Lab trabalha com a ciência tentando transformar soluções para desafios envolvendo energia e meio ambiente, utilizando equipes multidisciplinares e criando avançadas tecnologias para pesquisas científicas.
Para o Greenpeace, a energia renovável, combinada ao uso racional e eficiente de energia, será capaz de suprir metade da demanda energética global até 2050. O relatório, “[R]evolução energética – Perspectivas para uma energia global sustentável”, conclui que a redução das emissões globais de CO2 em até 50% nos próximos 43 anos é economicamente viável, e que a adoção maciça de fontes de energia renovável também é tecnicamente possível – falta apenas o apoio político para que isso ocorra.
Ainda de acordo com a organização, a chamada Revolução Energética leva a um caminho de desenvolvimento que transforma o atual modelo energético em um sistema sustentável no âmbito global. Para que isso ocorra alguns pilares devem ser construídos ao longo dos anos, tais como a implementação de eletricidade renovável, aquecimento renovável, energia descentralizada e uso de renováveis em larga escala. No foco principal desta revolução está uma mudança no modo como usamos, distribuímos e consumimos energia.
Podemos afirmar que o Brasil tem feito seu “dever de casa” na área energética, tanto que é citado como referência internacional em diversas áreas, como na produção de etanol, no seu parque de geração hidrelétrico, no exponencial aproveitamento da energia eólica, no seu sistema de transmissão de energia elétrica e na renovabilidade de sua matriz tanto energética quanto de produção de energia elétrica.
Assim, o termo eficiência energética passa por diversos setores do cenário global e ganha crescente notoriedade dentro da comunidade internacional, sendo pauta importante dentro de organizações internacionais. Governos e até mesmo empresas passam a enxergar a questão da sustentabilidade, juntamente com a eficiência energética, fatores determinantes para um futuro mais próspero. Sendo assim, centros de pesquisa como o Berkeley Lab desempenham um importante papel no setor.
Fonte -Fonte: Procel