A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira uma resolução que estabelece que as distribuidoras de energia terão de instalar gratuitamente medidores eletrônicos para todos os consumidores que optarem em ser faturados pela chamada tarifa branca. Essa modalidade, aprovada pelo órgão regulador em novembro do ano passado, prevê preços diferentes por horário e época do ano.
As concessionárias têm 18 meses a partir da publicação das regras para se adaptarem. Segundo o diretor André Pepitone, diretor do processo, as empresas pediram mais tempo, mas não apresentaram argumentos que justificassem a demora – ainda mais porque o assunto está em discussão na Aneel desde setembro de 2008.
“Hoje se dá o primeiro passo para se transformar a rede elétrica de baixa tensão em uma verdadeira internet da energia, com transporte de elétrons e informação”, comemorou Pepitone, que já admitiu ser um entusiasta das redes inteligentes, ou smart grids.
Estão previstos dois tipos de medidores: um gratuito, com os requisitos mínimos, que permitem a cobrança da tarifa branca. E um que deverá ser pago pelo cliente, com funções extras como valores de tensão e de corrente de cada fase, valor de energia elétrica ativa consumida por posto tarifário e data e hora das últimas interrupções.
Segundo a resolução, “o sistema de medição deve ser instalado pela distribuidora conforme prazos e critérios estabelecidos em regulamento específico”. As concessionárias também poderão, a seu critério, adicionar funções aos equipamentos, desde que não seja comprometida a modicidade tarifária.
Um dos diretores da Aneel, Edvaldo Santana, comentou, ao final da votação, que a troca de todos os 70 milhões de medidores do país teria um efeito “abaixo de 3% nas tarifas”. E concluiu que é possível que a tecnologia se pague “só com o custo de perdas não-técnicas”, uma vez que o país hoje perde cerca de R$8 bilhões ao ano com fraudes e furto de energia.
O relator André Pepitone argumentou que a opção da Aneel pelos smart grids tem como objetivo “melhorar a qualidade do serviço na baixa tensão, reduzir as perdas no fornecimento de energia, os custos operacionais, dentre outros fatores”.
Fonte -Fonte: Jornal da Energia