Algumas medidas vêm sendo anunciadas para conter a crise da água no Rio de Janeiro e em São Paulo, tanto em relação ao abastecimento quanto na geração de energia elétrica.
Em entrevista ao Redação Nacional na quarta-feira (4), o pesquisador do Laboratório de Hidrologia e Meio Ambiente da COPPE/UFRJ, Paulo Carneiro, falou sobre os desafios que há pela frente. “O Brasil perdeu muito a capacidade de planejamento nas últimas décadas”, acredita Carneiro.
Ele ressalta que o planejamento sobre o abastecimento de uma metrópole deve ser feito com décadas de antecedência, e que em um momento de crise, os problemas se agravam. “As possibilidades de se conseguir soluções com medidas emergenciais são muito reduzidas”, completou o pesquisador.
Investimentos e planejamento estratégico devem ser ininterruptos, avalia Paulo Carneiro. que acredita em racionamento de água não só no consumo, mas diz que essa é uma questão que ainda precisa ser dimensionada pelas entidades que têm controle sobre essa situação.
“Está começando a ficar claro para todos que isso [racionamento] tende a acontecer. O período chuvoso na região Sudeste vai até abril. E os reservatórios do Rio vão chegar em abril com níveis pior ou próximo aos de hoje, isso em relação ao Rio Paraibuna, portanto, esses reservatórios vão entrar no período seco, que vai durar até o final do ano, sem a possibilidade de recuperar os seus níveis porque as chuvas não serão suficientes para isso. Portanto, medidas de controle de uso, e de racionamento serão necessárias. E não só racionamento de fechar a torneira das casas dos outros, mas também para irrigação e para indústria”, salientou.
Fonte -Fonte: EBC