O conceito de cidades inteligentes aos poucos ganha força no Brasil e governos federal, estaduais e municipais passam a enxergar na tecnologia uma possibilidade de melhor gerir as demandas dos cidadãos e, porque não, melhorar índices de segurança. No Rio de Janeiro, por exemplo, a TIM/Intelig está com um projeto-piloto no famoso bairro da Lapa, onde uma solução com base em chip gerenciável e PLC (internet via rede elétrica) é testada para segurança remota.
Desenvolvida pela Telecom Itália e já implementada em diversas cidades italianas, a solução, como explica Leonardo Queiroz, diretor de top clients da TIM Brasil, utiliza o PLC para levar inteligência a pontos remotos. “O País e as cidades são grandes e essa tecnologia otimiza o deslocamento de pessoas (ou evita a necessidade de um segurança em cada esquina) já que todo poste tem um fio e usamos a banda larga a partir da rede elétrica”.
A partir de uma rápida instalação – todo o processo no caso da Lapa levou uma semana -, é possível levar para o ponto Wi-Fi gratuito (cada ponto tem alcance de 100 metros), chip de telemetria para controle da iluminação, inteligência de informação (a partir da instalação de um painel eletrônico, por exemplo), informação de roubo de cabos – muito comum nas grandes cidades – com acionamento de alarme no momento do roubo, botão anti-pânico, que pode ser usado no caso de um assalto no local e câmera (padrão TCP/IP) para controle de imagens.
Queiroz garante que a solução leva todas essas possibilidades a um custo muito baixo. Embora ele não especifique o investimento e nem faça comparativo com uma solução tradicional, exemplifica dizendo que, ao levar banda larga via PLC, dispensa a necessidade de grandes equipamentos e a câmera pode ser comum, sem a necessidade de adaptações que elevam o gasto.
No mundo corporativo
“É possível controlar a intensidade da luz na rua a partir do volume de pessoas que estão circulando”, lembra o executivo. Queiroz afirma, ainda, que grandes empresas também podem tirar vantagens da solução. “Em um parque industrial se aplica. É possível controlar ar condicionado, luz, pode regular o ar de acordo com o número de pessoas. Numa sexta-feira, por exemplo, se todos saem e esquecem luzes e ar ligado, pode-se desligar remotamente”.
Embora a solução já esteja disseminada em outros países, no Brasil a implantação de fato está em fase embrionária, mas Queiroz acredita que há grandes chances de deslanchar. A principal dificuldade neste momento está em provar a redução de custo que é invisível. No caso do governo, exemplifica, o investimento neste tipo de solução pode reduzir o volume de assaltos, deslocamento desnecessário de pessoal, consumo de energia (que pode chegar a 30% com base em experiências em outras cidades), mas tudo isso é difícil de mensurar num primeiro momento. A partir do primeiro case, tudo fica mais fácil.
Apesar das boas perspectivas do executivo, o foco da Telco está no Rio de Janeiro e em São Paulo, cidades que já dispõem de infraestrutura com PLC. “Parte da expansão depende de investimento das companhias de energia elétrica, o que tem acontecido”, comentou Queiroz. “O interior do País, no entanto, será olhado e analisado, a partir do momento em que a aceitação da tecnologia estiver em um nível aceitável para esse investimento”.
O projeto da Lapa – controlado pelo Centro de Operações da Prefeitura do Rio – será uma vitrine se tudo correr bem e a administração municipal selar um acordo com a TIM. A tecnologia será testada por 15 dias. Depois serão gerados relatórios, avaliados os resultados para, então, ser gerado um possível contrato.
Fonte -Fonte: Information Week