CGTEE PLANEJA AMPLIAR PARQUE TERMELÉTRICO

Apesar dos sucessivos prejuízos que vem registrando nos últimos anos, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) tem planos ambiciosos para o futuro e almeja aumentar sua capacidade de produção de energia. A subsidiária da Eletrobras pretende modernizar e expandir o parque gerador que possui em Candiota, alcançando uma potência instalada de 970 MW (cerca de 24% da demanda média de energia elétrica do Rio Grande do Sul).

Os projetos que compõem o plano de negócios da empresa, segundo publicado em seu mais recente balanço, visam à repotencialização da Fase A (substituição dos atuais 126 MW por nova unidade de 300 MW), revitalização e adequação ambiental da Fase B (320 MW) e a estabilização da Fase C (350 MW), perseguindo o padrão de referência da usina, que é de uma disponibilidade bruta média anual de 90,6%. A assessoria de imprensa da CGTEE esclarece que a comercialização do acréscimo de volume de energia terá que ser submetida a um leilão. Essa ferramenta foi instituída pelo governo federal para, a partir do certame, vender a energia a ser gerada aos projetos que apresentarem as melhores condições (fundamentalmente, preço) de fornecimento.

No momento, o parque térmico da CGTEE é composto pelas usinas Presidente Médici (Fases A e B), com capacidade instalada de 446 MW; Candiota 3 (Fase C), com 350 MW; Nutepa, com 24 MW; e São Jerônimo, com 20 MW. Esses dois últimos empreendimentos, no entanto, em virtude da tecnologia obsoleta e dos altos custos dessas termelétricas, foram desmobilizados (suspensas as operações). Conforme o balanço da estatal, a prioridade é “consolidar e expandir os negócios de geração térmica a carvão mineral de forma sustentável e rentável”. Tal estratégia foca a modernização e ampliação do atual parque gerador, concentrando-o exclusivamente no complexo termelétrico que o grupo possui em Candiota. De acordo com o documento, a decisão está baseada em uma profunda análise da otimização dos custos operacionais, inclusive no que se refere ao principal insumo, o carvão mineral.

“Qualquer ação que vise dar ao Estado um pouco mais de tranquilidade energética é bem-vinda”, enfatiza o vice-presidente e coordenador da Divisão de Infraestrutura e Logística da Federasul, Paulo Menzel. O dirigente acrescenta que também é muito importante a ideia de qualificar as Fases A e B do complexo térmico de Candiota, que não vêm produzindo dentro do potencial que poderiam. Segundo o balanço da CGTEE, a meta perseguida pela gestão do grupo é o retorno, ainda no primeiro semestre de 2015, de duas unidades de geração: a unidade 1 da Fase A e unidade 3 da Fase B, acrescendo 140 MW médios à geração de energia.

Menzel ressalta que com a modernização das Fases A e B será mais fácil para a CGTEE renovar a concessão desses ativos, que se encerra no dia 7 de julho de 2015. Apesar das iniciativas propostas pela estatal, o integrante da Federasul diz que é difícil prever se as medidas reverterão em lucro para a companhia devido às inseguranças regulatórias que cercam hoje o segmento energético. A CGTEE apresentou, no ano passado, um prejuízo de R$ 480,1 milhões, contra um revés de R$ 472 milhões verificados em 2013. Ainda de acordo com o balanço da empresa, em que pese o prejuízo no resultado do exercício, o plano de negócios da companhia prevê a recuperação operacional e financeira da empresa no decurso dos próximos períodos.


Fonte -Fonte: Jornal do Commercio

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