CERTIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM BAIXA

A procura por certificação 50001, focada em eficiência energética, continua modesta no Brasil. Até maio houve apenas 13 registros, segundo relatou o chefe da Assessoria Corporativa e de Novos Negócios em Eficiência Energética da Eletrobras, George Alves Soares.

O interesse limitado não é, porém, fenômeno local. Nos Estados Unidos não há também busca significativa, – até a primeira metade do ano foram emitidas lá 67 certificações, explicou o executivo durante o 2º Congresso Brasil-Alemanha de Energias Renováveis e Eficiência Energética promovido em São Paulo pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.

A busca por sistemas de gestão energética, aponta Soares, é basicamente motivada pelo custo da energia. Por isso os países europeus despontam como líderes na obtenção da ISO 50001, com a Alemanha no topo da lista. Das 7.345 certificações concedidas, 3.441 foram conquistadas pelo país.

Proposta de mercado

De acordo com Rodrigo Aguiar, da Abesco, também presente ao evento, o potencial de redução de consumo de eletricidade no Brasil é estimado pela entidade em 51,3 TWh/ano. No caso do mercado imobiliário, em especial, destacou que empreendimentos de uso comercial ainda não contam com uma estratégia bem definida de disputa de mercado tendo como argumento de comercialização diferenciais de consumo energético.

Em vez de oferecer aos futuros proprietários atrativos de eficiência energética no longo prazo, preferem focar em soluções de vantagem imediata, como forma de tornar os produtos mais vendáveis.

Já Letícia Neves, arquiteta do Centro de Tecnologia Edificações (CTE), disse que a busca por certificações de edificações no Brasil – como LEED, Procel Edificações e Aqua – vem sendo impulsionada por empresas estrangeiras e tem movimentado significativamente toda cadeia de construção civil. A certificação LEED é mais procurada, com 203 empreendimentos reconhecidos em suas várias categorias (Gold, Silver, Certified e Platinum). O Brasil ocupa o sétimo posto no ranking global que não leva em conta os EUA, líder absoluto.

Sustentabilidade

Emiliano Graziano da Silva, da Fundação Espaço Eco, Oscip que teve origem na Basf e hoje faz projetos e dá consultoria para o mercado em geral, chamou a atenção para o fato de que nem sempre eficiência energética anda lado a lado com a sustentabilidade ambiental e social. Dependendo a opção adotada, uma solução pode atender somente a questão energética.

Citou o exemplo dos sistemas de aquecimento solar e a gás, que, apesar de mais eficientes do que o chuveiro em gasto de energia, necessitam de tubulação de cobre metal de extração custosa e agressiva ao meio ambiente. Em contrapartida, as duchas elétricas desperdiçam menor volume de água porque aquecem mais rapidamente, apesar do forte impacto nas redes elétricas, principalmente pelo uso simultâneo em horário de ponta.


Fonte -Fonte: Cedae

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