A redução do isolamento imposto pela pandemia e a alta dos preços internacionais do petróleo foram alguns dos fatores que levaram a balança comercial fluminense a apresentar superávit em 2022. As regionais fluminenses, exceto a capital, representaram 54% das exportações do estado (US$ 26 bilhões) e 66% nas importações (US$ 16,7 bilhões). Mais de 70% das vendas externas corresponderam a óleo bruto de petróleo, enquanto o destaque na importação foi para equipamentos de aviação, com compras de motores e turbinas. Os números estão no Boletim Rio Exporta edição especial, produzido pela Firjan, sobre o desempenho das regiões fluminenses em 2022.
Acompanhe os destaques por região Firjan:
No Norte Fluminense, as exportações aumentaram 19% no ano passado, somando US$ 2,5 bilhões, refletindo o crescimento de 56% em vendas internacionais originadas em São João da Barra (US$ 2 bilhões). A Índia permaneceu como principal exportador da região, onde as vendas de óleos brutos de petróleo (US$ 2,4 bilhões) apresentaram avanço de 26% no ano e representaram 97% do total exportado.
Maartje Driessens, gerente de Desenvolvimento de Negócios Internacionais do Porto do Açu, atribui esse avanço à qualidade das operações locais. “As operações do terminal de petróleo correspondem a 40% das exportações de petróleo do Brasil. É o único terminal no país a realizar double banking (transbordo de óleo em área abrigada) e com capacidade para operar navios VLCC, de grande capacidade de carga, muito utilizados em exportações para a Ásia. Atualmente, o Açu é o segundo maior porto brasileiro em movimentação de cargas, com terminal para movimentação de granéis sólidos e carga de projeto. A projeção de movimentação em 2023 é de aumento em 60%”, explica Maartje.
As exportações de óleos brutos de petróleo originadas de Duque de Caxias (US$ 15,7 bilhões) se destacaram na corrente de comércio de US$ 23,6 bilhões, com um crescimento de 18% ante 2021. Houve ainda significativo aumento nas exportações de preparações antidetonantes de Belford Roxo.
Nova Iguaçu e Região também mantiveram destaque em exportação de bombas, granadas e outras munições (US$ 16,5 milhões), com preço médio de US$ 79,39 por quilograma.
No Centro-Norte, a indústria têxtil teve crescimento de 69% nas exportações de soutiens, cintas e outros produtos de moda íntima, em relação a 2021. Houve expansão de 91% das vendas internacionais de álcool etílico (US$ 801 mil), principal produto exportado na região.
Já a região Centro-Sul registrou aumento de 36% nas vendas de chapas e folhas de plásticos.
No Leste Fluminense, a corrente de comércio teve avanço de 46% (US$ 1,2 bilhão). O principal destino das exportações foi a Malásia. Niterói destaca-se como o maior município em exportações, com crescimento de 140% das vendas internacionais em relação a 2021. Houve ainda um aumento de mais de 1.000% em exportações de correntes, cadeias e suas partes.
O Noroeste Fluminense teve expansão de 27% na corrente de comércio (US$ 3,7 milhões), com incremento de 31% nas exportações em geral.
A corrente de comércio da Região Serrana foi de US$ 6,1 bilhões, 30% superior ao obtido em 2021, com aproximadamente 100% das exportações da regional originárias de Petrópolis, sendo os produtos mais vendidos os turborreatores e outras turbinas a gás. “O crescimento nas importações de turbinas foi de quase 40%. Houve um aumento também nas compras de partes e outras peças para turbinas, o que se deve à retomada de viagens áreas desde o abrandamento da pandemia e o reaquecimento do setor aeronáutico”, esclarece Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional.
No Sul Fluminense, o crescimento na corrente de comércio foi de 22% (US$ 5,6 bilhões, no total). Entre os destaques estão as vendas de laminados planos de ferro ou aço para os Estados Unidos e as exportações de automóveis de passageiros, tendo a Argentina como principal parceiro.
Por fim, a capital fluminense somou uma corrente de comércio de US$ 30,5 bilhões, 32% acima do ano anterior, com aumento de 56% nas exportações. As vendas de óleos brutos de petróleo (US$ 17 bilhões) avançaram 70%, frente a 2021. China (US$ 7,9 bilhões) foi o principal destino.
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Fonte: Firjan