APÓS INAUGURAR PRIMEIRA USINA DE BIOGÁS, ECOMETANO PLANEJA MAIS DOIS PROJETOS ATÉ 2016

A usina de Dois Arcos, em São Pedro D’Aldeia, representa um pioneirismo na geração de energia no país. A instalação, orçada em R$ 18 milhões, é responsabilidade da Ecometano, e tem como função gerar energia a partir do lixo recebido do aterro que leva o mesmo nome da usina. A produção de energia esbarra, porém, na ausência de uma regulamentação por parte da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que não prevê uso comercial e residencial do gás. A coordenadora de projetos da Ecometano, Marilyn Hahn, tem expectativa de que essa regulamentação saia no começo do ano que vem, e contou que a Ecometano tem um contrato firmado com uma empresa privada para o fornecimento dessa energia, com a promessa da ANP de não intervir no negócio. Com o avanço do projeto, a empresa já o usa como modelo para dois novos investimentos que vem fazendo. Serão duas outras usinas a biogás, uma no Ceará e outra no Espírito Santo, com previsão de entrarem em operação em 2016.

Como se forma o gás do biometano?

O gás passa por um processo de purificação, gerando o biometano, que é um gás essencialmente composto por metano e pode substituir o gás natural. O nosso objetivo no aterro de Dois Arcos é captar o biogás do aterro. O biogás gerado no aterro, que seria queimado, passa por um processo de upgrade, ganha valor agregado e torna-se um produto.

Qual é a expectativa da Ecometano para o uso comercial e residencial do biometano?

Está em processo de regulamentação. Hoje, temos um contrato com uma empresa privada para a comercialização do gás. A ANP deu uma carta formal de que não vai intervir em contratos entre agentes privados para uso industrial.

Ela vai lançar uma nova regulamentação este mês para o biometano oriundo de resíduos agropastoris, que não é o nosso caso. Nossa expectativa é que a partir do ano que vem saia uma nova regulamentação do biogás e que consigamos vender esse gás para a CEG Rio – Gás Natural Fenosa, que já demonstrou interesse em comprá-lo para injeção.

Como foi o processo de construção da usina de Dois Arcos?

O projeto foi financiado por brancos privados e por sócios, e a operação fica por conta da Ecometano. A obra ficou estimada em R$ 18 milhões. Temos um sócio em Dois Arcos que possui 50% da usina e é o dono do aterro, o que mostra que há um interesse mútuo. Na região, além de São Pedro D’Aldeia ter ganho projeção nacional, pelo pioneirismo do empreendimento, durante o processo de implantação foram empregadas mais de 100 pessoas locais direta e indiretamente. Dos atuais seis funcionários, quatro são da região. Como o projeto é específico, as pessoas ganham qualificação para atuar na operação.

Dois Arcos é um modelo para outros projetos?

Com certeza. Nós já temos mais dois projetos em construção. Um em Caucaia (CE) e outro em Vitória (ES). São dois projetos com praticamente o mesmo modelo de Dois Arcos, mas não prevemos venda para agentes de empresas privadas. Os dois têm previsão de operação para junho de 2016, quando a regulação para uso comercial e residencial já deve ter saído.

Qual a importância de um projeto como o da Ecometano no contexto de diversificação da matriz energética?

Grande parte do gás natural consumido no Brasil é importado. Temos um déficit muito grande em relação ao gás natural, e buscamos o desenvolvimento de fontes renováveis e do biogás, nacionalizando a produção de um produto escasso no país e diversificando a matriz energética. O objetivo da Ecometano é desenvolver a cadeia de gás natural renovável no Brasil. É muito importante a transformação de cultura energética no país. Não só no mercado, mas também na sociedade.


Fonte -Fonte: Petronotícias

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