ABESCO INVESTE EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA DIMINUIR GASTOS DO CONSUMIDOR

Como a eficiência energética pode contribuir para o bolso dos consumidores, com produtos e serviços que se pagam com a própria redução das despesas de energia sem pesar no orçamento.

Com um potencial para reduzir o gasto com consumo de energia em R$ 20 bilhões, o Brasil conta com ações de fomento à melhoria da eficiência energética. Esse é o trabalho da Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia (ABESCO), que, contando com financiamentos de programas do BNDES e da Caixa, investe na substituição de produtos obsoletos por outros mais eficientes e na mudança de hábitos do consumidor. Segundo o presidente da associação, Rodrigo Aguiar, o governo perdeu uma grande oportunidade para despertar a consciência da eficiência energética ao não incluir nas medidas de redução das tarifas de energia elétrica um corte de taxas para quem economizar energia.

Como pode melhorar a eficiência energética do consumo brasileiro?

Nosso objetivo é que o consumidor final tenha condições para reduzir seu desperdício e aumentar sua eficiência. Isso pode ser feito por meio de ações simples, como trocar uma lâmpada incandescente por uma fluorescente em uma residência, ou com ações mais complexas, como aproveitar a energia solar em caldeiras de óleo. O Brasil tem um potencial de economia de R$ 20 bilhões por meio de ações de aumento da eficiência energética.

As necessidades de aumentar a eficiência energética e a de buscar fontes renováveis são conciliáveis?

A ABESCO trabalha com o consumidor final. É possível que o uso de uma fonte de energia renovável seja mais caro para o produtor e que isso se reflita no preço final. Mas, por outro lado, é também necessário levar em conta o impacto ambiental. Aquele valor de R$ 20 bilhões se refere somente às ações que podem ser tomadas pelo consumidor final.

Quais são os maiores entraves ao melhor aproveitamento da eficiência energética do Brasil? Quais são os maiores motivos de desperdício?

São os equipamentos obsoletos. Trabalhamos com linhas de crédito especiais, com juros baixos, para financiar o acesso do consumidor a equipamentos mais eficientes. A eficiência é interessante para toda a cadeia. O que um consumidor economiza, além de ser interessante para ele, que paga menos, passa a ser usado por outro consumidor, sem que a geração precise aumentar a oferta. No caso de empresas, a redução do desperdício significa maior competitividade.

Que tipos de empresas estão associados à ABESCO? Que interesses elas têm em relação à melhoria da eficiência energética?

As Empresas de Serviço de Conservação de Energia (ESCOs) e empresas fabricantes de produtos eficientes.

Quem financia os projetos de eficiência energética da associação?

O BNDES, principalmente, através do Proesco, um programa que vai ser melhorado em 2014. A Caixa também está iniciando um programa específico para investimento em eficiência energética. Atualmente, nos fóruns que realiza, a ABESCO conversa com grandes bancos para incluí-los nesses programas de incentivo. O BID também contribui com um fundo garantidor de 25 milhões de dólares para esse fim.

Em que setor está o menor aproveitamento energético no Brasil? Por quê?

O setor industrial é o que apresenta o menor percentual e o maior potencial de economia. Seu potencial de economia é de 17,8 TWh/ano. No setor comercial, o potencial é de 10,7 TWh/ano e nas residências é de 13,64 TWh/ano. A ABESCO atuou muito com energia elétrica. Queremos mais ações de fomento à eficiência energética no setor de Óleo & Gás. Além disso, estamos conseguindo associados a projetos relacionados ao consumo de água.

Como você avalia as medidas do governo federal para reduzir as tarifas de energia para o consumidor?

Redução é sempre bem-vinda, mas eu acho que perdemos uma enorme oportunidade de implantar a consciência do conceito de eficiência energética. O custo de geração no Brasil, predominante proveniente da fonte hidrelétrica, é um dos mais baratos do mundo, mas o preço final para o consumidor é um dos mais caros. Na época do apagão, o consumidor colaborou e evitou desperdício. Isso poderia ser incentivado agora. Quem reduzisse seu consumo e eliminasse os desperdícios, ganharia uma redução na taxa. Seria uma troca. Do jeito que foi feito, o custo acabou muito alto para o governo.

Há alguma evolução no aproveitamento da energia no Brasil?

Estamos estagnados. Tomamos poucas ações. Em um índice internacional que avalia a eficiência energética, no qual os maiores resultados indicam menor eficiência, a China chegou a ter um índice sete vezes pior que o do Brasil, mas, por estar melhorando, interessada em aumentar a produtividade e ser mais competitiva, agora o resultado é apenas duas vezes e meio o do Brasil.


Fonte -PetroNotícias

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