Aumentaram o emprego, a renda e o ritmo da atividade da construção civil, segundo os primeiros indicadores do comportamento do setor, neste ano. Os sinais são de interrupção da tendência de desaquecimento registrada no ano passado, quando, em grandes capitais, inclusive São Paulo, as vendas de imóveis foram inferiores às de 2010.
A Sondagem Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), indicou crescimento do nível de atividade pelo quarto mês consecutivo, atingindo a marca de 50 pontos (que corresponde a atividade igual à usual). O indicador de expectativa para os próximos seis meses, de 62,2 pontos, é a maior marca em um ano. O otimismo é maior nas grandes incorporadoras, que, aos poucos, retomam os lançamentos, tanto de edificações residenciais como de comerciais.
A CNI mostrou, inclusive, maior disposição das empresas de contratar mão de obra, com destaque para a infraestrutura e serviços especializados. A falta de trabalhadores qualificados é considerada o maior problema para 68,1% das grandes empresas, 64,6% das pequenas e 59% das companhias de porte médio. Os dados são consistentes com levantamentos concomitantes, feitos por outras fontes.
Em janeiro, a construção civil abriu 42.199 vagas formais, ou seja, 35,4% de todo o acréscimo de empregos formais (118.895 postos) do mês, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Foi o segundo melhor resultado do setor para o mês de janeiro. Na comparação com janeiro de 2011, a construção civil contratou, no mês passado, mais 8,8 mil trabalhadores, enquanto o conjunto das atividades reduziu o número de contratações em 33 mil.
Nos últimos 12 meses, até fevereiro, a mão de obra na construção civil ficou 11,79% mais cara, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “A atividade no setor se desacelerou no ano passado, mas o mercado de trabalho continua aquecido”, observou a coordenadora de estudos da construção civil da FGV, Ana Maria Castelo.
Mas, se a valorização da mão de obra beneficia o trabalhador, ela também significa custo para os compradores de imóveis. Em 2011, os reajustes da mão de obra corresponderam a 69% da alta do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC-M), que registrou uma inflação de 7,58%.
Os preços do m2 pedidos pelas construtoras já refletem a elevação de custos. Mas, para a retomada sustentável do crescimento da construção civil, será melhor que os preços pedidos pelos imóveis tendam à estabilidade.
Fonte -Fonte: O Estado de São Paulo