O setor de óleo e gás mundialmente passa por um momento delicado, mas a situação no Brasil inspira cuidados ainda maiores, devido à crise política, regulatória e os esquemas dentro da Petrobrás revelados pela Operação Lava Jato. Em meio a tudo isso, o país voltou a ter autossuficiência de petróleo, conforme mostram dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). No entanto, a marca foi alcançada, principalmente, por conta da queda de 7% no consumo de petróleo, a primeira em dez anos, além do aumento de produção de derivados de petróleo, que subiu 8%.
Entre janeiro e novembro do ano passado foram produzidos 2,52 milhões de barris por dia, enquanto o consumo ficou em 2,47 milhões. A última vez que o país havia conseguido ser autossuficiente foi em 2006, quando consumo e demanda ficaram na marca de 1,81 milhão de barris por dia.
Apesar da retomada da autossuficiência volumétrica, o Brasil ainda registrou um déficit de US$ 5,7 bilhões no setor de petróleo, por conta do perfil brasileiro de importação e exportação. Enquanto nós vendemos petróleo cru ou de refino mais barato, como óleo combustível, importamos derivados nobres e caros, como nafta e diesel.
A previsão para os próximos anos é otimista, por parte do ministério de Minas e Energia, que já havia previsto a retomada da autossuficiência. A expectativa é que o país se mantenha nessa condição pelo menos até 2023 e nos anos seguintes passe a exportar mais de 1 milhão de barris por dia. No entanto, os cortes de investimento por parte da Petrobrás não foram incluídos nas projeções, o que pode acabar mudando o cenário idealizado.
Fonte: PetroNotícias