A preparação para a cúpula e as reuniões ministeriais do G20 sob a presidência brasileira ao longo do próximo ano, no Rio de Janeiro e em diversas capitais, foi o tema da reunião conjunta dos Conselhos Empresariais de Relações Internacionais e de Energia Elétrica da Firjan, em 25/9, ocasião em que também foi apresentada aos empresários a ampliação do portfólio de serviços da Casa Firjan. A partir de dezembro deste ano, a presidência do G20 passa a ser do Brasil.
“A importância da presidência do G20 para o país é imensa. Vejo muitas oportunidades, e a Prefeitura do Rio junto com o Itamaraty estão se destacando nos preparativos. As discussões sobre transição energética serão um dos pilares da reunião do G20. Certamente o país terá a oportunidade de ditar o tom da agenda internacional, e a Firjan poderá contribuir ao máximo”, ressaltou Rodrigo Santiago, presidente do Conselho de Relações Internacionais.
Antônio Carlos Vilela, presidente do Conselho de Energia Elétrica, pontuou a atual situação energética brasileira, privilegiada em relação a outros países. “Nesse tema tão importante como as transições energéticas, o Brasil é destaque por já possuir 87% de energia limpa. Somos competitivos. Basta arrumar a casa, com legislações e estrutura para que sejamos exemplo para o mundo. E que isso resulte em uma melhor situação econômica”.
A questão é ainda mais ampla, já que, em paralelo ao G20 – a principal instância de coordenação econômica internacional –, haverá outros encontros envolvendo atores da sociedade civil, empresários e academia. Desenvolvimento sustentável; inclusão social e combate à fome; e reforma das instituições de governança global são os três principais tópicos que serão discutidos em 2024. Haverá ainda duas forças-tarefas: “Lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza” e para a “Mobilização Global contra a Mudança do Clima”. São esperadas 74 reuniões técnicas como parte da trilha de sherpas e da trilha financeira, além de 22 reuniões ministeriais.
Os números do evento foram detalhados por Lucas Frota Verri Pinheiro, assessor da Secretaria de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, que está liderando essa organização. Pelo lado da Prefeitura do Rio, a coordenação é do Comitê Rio G20, presidido por Lucas Wosgrau Padilha. Nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, o Rio de Janeiro será sede da reunião de cúpula com mais de 30 chefes de estado. Além dos 19 países e dois blocos econômicos integrando o Grupo, o Brasil pode convidar até dez outros. Já foram convidados Uruguai, Paraguai e Angola.
“Será um dos maiores eventos de política externa realizados no Brasil, com aproximadamente três mil pessoas envolvidas, entre participantes e organizadores. O Rio de Janeiro será o centro do mundo, com 30 chefes de estado e líderes de organizações internacionais durante a cúpula administrativa. Além do Rio, outras 14 cidades devem receber eventos. Temos importantes desafios logísticos”, detalhou Pinheiro.
Além da trilha de sherpas e a trilha de finanças, compõem o G20 os 11 grupos de engajamento. Uma das entidades que estão liderando um dos grupos do G20 é o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), representado pelo diplomata Marcos Caramuru, ex-embaixador em Pequim (China) e Kuala Lumpur (Malásia). “Será uma sequência de reuniões de países do Sul Global. O Brasil pretende fazer uma grande mobilização. A sigla T20 vem de “think tanks”, em que o objetivo é conectar os T20 (pensadores de universidades, centros de pesquisa etc.) com os B20 (de Business), empresários, para criar sinergias”, explicou Caramuru.
Lucas Padilha destacou que o prefeito Eduardo Paes enxerga o G20 como uma oportunidade de protagonismo: “A cada 15 dias, teremos um encontro internacional. Volta a alma carioca de se sentir capital do Brasil mais uma vez”, resumiu. É uma possibilidade de promover a inserção internacional da cidade do Rio de Janeiro, dada a realização do U20, fórum de discussão formado pelas principais cidades do mundo, que busca pontuar o papel delas no avanço da agenda de desenvolvimento sustentável.
Outro grupo de engajamento é o B20, cujo lado brasileiro é liderado pela CNI, que conecta os grupos empresariais sobre as principais tendências e necessidades estratégicas para o desenvolvimento do setor privado. Como parte da presidência brasileira, a CNI assumiu a liderança do B20 para o próximo ano.
Fonte: Firjan