Estudo aponta “novo pré-sal” na Bacia do Pará-Maranhão com 30 bilhões de barris

Um estudo está indicando a possibilidade de existência de 20 bilhões a 30 bilhões de barris de óleo em recursos prospectivos recuperáveis riscados, um potencial do porte de um “novo pré-sal” na .

Indica também que, depois do pré-sal, a região tem a maior probabilidade de descobertas de petróleo de boa qualidade.

Recursos prospectivos são volumes de petróleo cuja existência é indicada por dados geológicos e geofísicos extraídos de levantamentos sísmicos, mas sem comprovação por perfurações de poços exploratórios.

O trabalho foi realizado pelo ex-diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em conjunto com o geólogo e consultor Pedro Zalán (ZAG, ex-Petrobras) e Ronaldo Gomes Carmona, professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra.

Zalán é consultor no Brasil da empresa de levantamentos sísmicos TGS, que subsidiou o estudo com dados geológicos das regiões analisadas.

“Estamos sendo extremamente conservadores com o estudo para não criar falsas expectativas para governos e a sociedade”, comentou Allan Kardec nesta quarta (27).

As informações foram antecipadas aos leitores do político epbr.

Os pesquisadores explicam que esse “novo pré-sal” na Bacia do Pará-Maranhão diz respeito ao volume das reservas que podem ser descobertas. “Por óbvio, dadas as características geológicas da franja marítima norte do Brasil, não se trata de  abaixo da camada de sal, inexistente naquela região. Tampouco há confirmações – só possíveis por meio de campanhas exploratórias – dos volumes recuperáveis”.

 

Governos desconheciam potencial

As conclusões foram apresentadas ao governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), e para as federações das indústrias, tanto do Pará quanto do Maranhão. Será levado ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

A ideia é conseguir apoio para destravar a oferta dos oito blocos exploratórios que seriam licitados na 17ª rodada da ANP.As áreas foram retirados do leilão previsto para outubro por conta de restrições ambientais. O Ibama apontou problemas na região e indicou dificuldade para o licenciamento.

A princípio, o interesse é pela inclusão na 18ª rodada, prevista para 2022.

estudo aponta como falhos os motivos do Ibama para a não concessão de licenciamento ambiental para a perfuração de poços na Foz do Amazonas, no Amapá, e para a retirada não dos blocos do leilão da ANP.

Segundo os estudos, é falsa a existência de recifes de corais que se estenderiam do Amapá até o Maranhão.

“Argumento falso, introduzido pelo Greenpeace no Brasil, em especial no Ibama, e que já foi desmascarado por professores da Universidade Federal Fluminense (Figueiredo Jr., 2018). Não há corais nestas águas profundas turvas e escuras, do Amapá ao Maranhão (influência do delta do Rio Amazonas)”.

Diz também que percepção de alto risco de contaminação dos manguezais do Amapá e Pará é equivocada. A corrente marítima na região seria fortes o bastante para carregar “qualquer material flutuante para um vórtice situado no meio do Oceano Atlântico Equatorial”.

Allan Kardec defende um acordo de cooperação entre o Ibama e a UFMA para que a universidade possa subsidiar o órgão ambiental com informações e pesquisas, que destravem o licenciamento.

“Os profissionais das universidades estão dispostos a ajudar o Ibama”, comenta.

O Ministério do Meio Ambiente não respondeu aos contatos da epbr.

 

 

 

 

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