CUSTO DA ENERGIA TÉRMICA VAI A R$ 10 BI NO TRIMESTRE

O acionamento das usinas térmicas durante todo o mês de março gerou uma conta adicional de aproximadamente R$ 4 bilhões às distribuidoras de energia. O valor, segundo fonte ligada às empresas, ficou próximo do custo verificado em fevereiro, resultado da operação praticamente ininterrupta de todo o parque térmico do país e do preço recorde cobrado por essas usinas para vender energia no mercado de curto prazo.

Em fevereiro, o custo extra das térmicas foi de R$ 4,2 bilhões e em janeiro, de R$ 1,8 bilhão. O setor elétrico, portanto, teve um buraco financeiro da ordem de R$ 10 bilhões no primeiro trimestre.

Com a persistente falta de chuvas, ganha força a opinião de que o governo deveria adotar desde já medidas para estimular a redução do consumo de energia. Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Nivalde de Castro, o governo não deveria esperar pelas chuvas até o fim de abril para tomar uma decisão. “Esperar a chuva cair em abril é um risco muito grande, do ponto de vista econômico e energético”, afirma.

Analistas ouvidos pelo Valor sugerem que, se o governo não adotar medidas de redução de uso de energia neste ano, o impacto em 2015 será grande. Para os analistas do Citi Research e do BTG Pactual, é praticamente certo que as metas traçadas por órgãos oficiais para evitar o racionamento não serão atingidas. Mas o mercado acredita que o governo vá adiar qualquer medida de economia compulsória de energia até pelo menos o período eleitoral, em outubro.

Nivalde de Castro afirma que não há a necessidade de um racionamento como no governo Fernando Henrique, com punições para os consumidores. Ele sugere um sistema semelhante ao adotado pelo governo paulista para a água, com desconto na tarifa para os consumidores que economizarem.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante para a geração de energia hídrica, deve encerrar o período chuvoso com 40,6% de água armazenada nos reservatórios. Esse volume representa uma alta de 4,3 pontos percentuais em relação à cota registrada no fim de março, mais ainda muito inferior aos 62,4% observados no fim de abril do ano passado.


Fonte -Fonte: Valor Econômico

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