Valorizar talentos, identificar e divulgar competências, com o objetivo de desenvolver conteúdo local, são algumas das metas do Cluster Tecnológico Naval, apresentadas, em 07/07, na “Websérie Óleo, Gás e Naval”, da Firjan. O encontro foi mediado por Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação, que enfatizou as premiações internacionais recebidas por profissionais atuantes no Brasil, que precisam ser reconhecidos também no país.
Walter Lucas da Silva, diretor-presidente da Associação do Cluster Tecnológico Naval – RJ, acrescentou que o grupo tem por objetivo dar visibilidade às empresas e trocar conhecimentos. “No momento de crise, de guerra, de pandemia, se não tivermos a capacidade de fazer aqui, nós vamos ficar sem. A crise e a necessidade vão fazer a gente olhar para dentro cada vez mais,” ressaltou.
Veja a apresentação da Associação do Cluster Tecnológico Naval RJ
Segundo ele, para ser forte é necessário conhecer um ao outro e estabelecer parcerias. Importante destacar os projetos que a Marinha está desenvolvendo, com conteúdo local de tecnologia, que, segundo Walter da Silva, vão alavancar o mercado nacional e trazer um diferencial muito próximo dos mercados exteriores.
Disputa com gigantes
Uma história de sucesso de uma empresa de pequeno porte foi apresentada por Daniel Adolpho, engenheiro de soldagem da Arcdynamics Equipamentos. Com praticamente cinco funcionários, alguns oriundos do SENAI – inclusive ele –, venceu uma disputa tecnológica com gigantes chineses e indianos, após uma grande companhia norte-americana, de Houston, propor um desafio: fabricar no Rio de Janeiro um equipamento de soldagem de revestimento semelhante ao produto já existente na empresa e melhor que a concorrência.
“A partir de um molde feito em uma caixa de papelão, conseguimos montar um sistema aqui mais barato do que os chineses cobraram, melhor do que o dos indianos; e ainda fizemos um upgrade no equipamento aumentando o curso longitudinal”, contou.
Adolpho ressaltou que sua empresa contribuiu para o desenvolvimento local, de forma sem precedentes, uma vez que esse equipamento, que antes era fabricado em Houston, hoje é feito em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Além disso, ele afirmou que sua empresa atualmente dispõe de um nível de independência tecnológica considerável.
Para Daniel Mendonça, assessor de Relações Institucionais da Itaguaí Construções Navais (ICN), o trabalho de desenvolvimento regional foi um divisor de águas da companhia. Como exemplo desse projeto, que busca valores e prevê onde podem chegar, citou o caso de 20 soldadores da região de Itaguaí que foram identificados e treinados pela ICN. Esses talentos valorizados foram levados para a França, onde tiveram a oportunidade de trabalhar na construção de submarino nuclear, a convite de um acionista francês. “O programa de gestão de conhecimento é muito bacana, porque com ele conseguimos receber bem o conhecimento e multiplicá-lo com muita eficiência,” frisou.
Veja a apresentação da Itaguaí Construções Navais – ICN
Tanto o ICN, quanto o Cluster Tecnológico, apresentaram oportunidades de negócios, e comentaram sobre editais de licitação que estão com o processo aberto para recepção de propostas, atualmente.
Olhar pra dentro
O Conselho Empresarial de Defesa e Segurança da Firjan mantém o propósito de propor estratégias e ações para aumentar a participação da indústria fluminense nesse mercado e fomentar a indústria, que vai gerar emprego e renda, conforme explicou René Durão, assessor do Conselho, que também participou do debate.
Acesse a playlist e acompanhe a websérie, sempre às terças-feiras, de 16h às 17h30.
Assista à live completa do dia 07/07: