CIRCULAR SINDUSCON-RIO/SINDISTAL Nº 001/2015 – PROCEDIMENTOS RECOMENDÁVEIS NAS TUBULAÇÕES DE GÁS EM CONTRA PISOS

Há cerca de três anos, por determinação da Gás Natural Fenosa, antiga CEG, as tubulações de gás não podem mais ficar embutidas em elementos estruturais. Tal mudança foi necessária para adequação dos projetos às determinações da norma ABNT NBR 15526 – Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais e comerciais – Projeto e execução. 

De acordo com o item 7.2.1 Condições gerais da norma ABNT NBR 15526, é proibida a instalação de tubulação da rede de distribuição interna em elementos estruturais (lajes, pilares e vigas). Em decorrência desta proibição, as tubulações que anteriormente eram embutidas nas lajes passaram a ser instaladas nos contrapisos.

Ainda de acordo com esta norma (item 7.2.3 Tubulações embutidas), nas instalações embutidas em pisos deve ser feita a proteção adequada para evitar que infiltrações de detergente ou outros materiais corrosivos provoquem danos à tubulação. Neste aspecto, a norma é ainda mais específica no seu item 7.7.2 Proteção contra corrosão, segundo o qual, no caso de tubulações em áreas molhadas da edificação, a tubulação deve ser revestida adequadamente com um material que garanta a sua integridade, sugerindo para este fim revestimentos asfálticos ou plásticos, pintura epóxi ou mesmo, adotar um sistema de proteção catódica.

Atenção:

Neste contexto, deve-se entender “áreas molhadas” como sendo aquelas que a norma ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho (parte 1 – Requisitos gerais) define como áreas molhadas (banheiros com chuveiro e área de serviço, por exemplo) e também, como áreas molháveis (caso das cozinhas).

No Rio de Janeiro, por décadas, os projetos das redes de distribuição interna das instalações prediais de gás admitiram a presença de tubulações embutidas nas lajes. Esta era uma prática consagrada entre projetistas e construtores. 

Não há um histórico de problemas associados a tal prática. O concreto conferia às tubulações de aço-carbono uma elevada proteção contra a corrosão, tal como protege as armaduras das estruturas. No entanto, ao passarem a ser embutidas nos contrapisos, as tubulações, além de perderem esta proteção do concreto, foram colocadas em um ambiente bem mais agressivo. A permeabilidade da argamassa do contrapiso, o pequeno cobrimento das tubulações em função da espessura deste contrapiso e o uso de materiais corrosivos na limpeza dos pisos, são exemplos das condições adversas a que passaram a estar submetidas as tubulações de gás.

Independentemente da obrigatoriedade de atendermos às determinações das normas técnicas brasileiras, devemos estar conscientes de que problemas de corrosão nas tubulações de gás podem trazer riscos à segurança dos usuários das edificações, além de ter o potencial de ocasionar retrabalhos, o que é menos importante, porém não deve ser desprezado.

Portanto, procedimentos técnicos, em sintonia com aqueles recomendados pela Norma ABNT 15.526, devem ser tomados para evitar eventual instauração de um processo de corrosão nas tubulações de gás projetadas e executadas com tubos de aço-carbono.

 Conscientes de suas responsabilidades na orientação técnica aos seus associados, o Sinduscon-Rio e o Sindistal vêm recomendar, como medida preventiva, que passem a revestir as tubulações de gás em aço-carbono embutidas em pisos com proteção anticorrosiva, ou, então, o uso de tubos multicamadas.

 No caso da utilização de tubulação em aço carbono galvanizado sugerimos que as tubulações sejam pintadas com tintas comprovadamente eficazes na proteção anticorrosiva ou utilizadas fitas auto adesivas fabricadas para esse fim. Complementarmente à pintura de proteção contra corrosão, recomendamos ainda os

seguintes procedimentos técnicos na execução das instalações de gás embutidas em pisos:

– Proteger a tubulação no caso desta estar sujeita ao trânsito de equipamentos. O ideal seria evitá-lo;

– Quando a tubulação for colocada em “canaletas” abertas durante a concretagem da laje, cuidar para que ela não tenha contato com a armadura ou mesmo, fique muito próxima a ela;

– Antes do lançamento da argamassa do contrapiso, verificar se a pintura de proteção contra corrosão precisa de retoques.

Reiteramos que os procedimentos técnicos aqui recomendados são fundamentais para a maior segurança das edificações residenciais e comerciais.

Aproveitamos para nos colocarmos à disposição caso esclarecimentos adicionais sejam necessários.

Fonte: SINDISTAL E SINDUSCON

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