A desvalorização do petróleo pode elevar o valor das oito refinarias que a Petrobras colocou à venda, segundo a empresa de auditoria KPMG.
A redução do custo do petróleo, principal matéria-prima das refinarias, abre espaço para maiores margens nas vendas de gasolina e diesel, justo quando o país tenta vender metade da capacidade de processamento para investidores privados, disse Manuel Fernandes, colíder regional de energia e recursos naturais da KPMG para as Américas.
O mercado doméstico de combustíveis garante o volume de vendas, disse. Além disso, a redução dos juros globais e a alta do dólar em relação ao real tornam as refinarias da Petrobras mais atraentes, segundo Fernandes.
Ao mesmo tempo, o valor dos campos de petróleo em terra e em águas rasas colocados à venda pela Petrobras tende a cair, e o desinvestimento dos ativos pode ser revisto, disse. O petróleo Brent, referência mundial, é negociado perto de US$ 38 o barril depois de ter se recuperado na terça-feira da maior queda desde 1991. As cotações chegaram a cair para US$ 31,02 na segunda-feira.
Fusões e aquisições no Brasil podem ser suspensas no curto prazo, segundo Fernandes. A Petrobras planeja vender de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões em ativos até 2024, que incluem usinas térmicas, distribuição de gás butano, oleodutos e ativos petroquímicos.
Embora projetos de produção de petróleo já aprovados por grandes petroleiras no Brasil devam avançar, novos empreendimentos podem enfrentar obstáculos, mesmo que os principais campos do Brasil possam dar lucro com o Brent a US$ 40 por barril, afirmou.