CEMIG VAI BUSCAR SEGUNDA RENOVAÇÃO DE HIDRELÉTRICAS

A Cemig vai lutar pela segunda renovação das hidrelétricas de São Simão, Jaguara e Miranda pelas regras anteriores à Medida Provisória 579. A empresa já havia deixado essas usinas de fora quando teve que se manifestar sobre o interesse de renovar as concessões nos termos da MP. No entanto, havia o desejo de renovar as concessões de outras 18 usinas, o que acabou não se confirmando na terça-feira, 4 de dezembro, data da assinatura dos contratos de concessão. Segundo a companhia, a proposta do poder concedente não traria o retorno adequado para fazer a gestão dos ativos com um risco aceitável.

Luiz Fernando Rolla, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, disse que a empresa vai seguir o curso dos contratos e pedirá, já no início do ano que vem, a segunda renovação da UHE Jaguará. “Nós vamos seguir o curso do contrato, que fala que devemos solicitar a extensão do contrato seis meses antes dele acabar. A concessão de Jaguará termina em agosto e vamos pedir a extensão da concessão”, afirmou Rolla durante teleconferência para analistas. Ele disse que a Cemig vai buscar um entendimento amigável com o governo, mas não descartou entrar na Justiça.

“Se não tivermos eco, vamos buscar o caminho dos nossos direitos. Embora ainda não termos nenhuma sinalização do governo, queremos fazer valer nossos direitos. Vamos buscar o diálogo para evitar disputas judiciais”, declarou o executivo. Rolla comentou que está argumentando tecnicamente com o poder concedente, realizando estudos para mostrar que a empresa tem condições de continuar com esses ativos.

O diretor-presidente da Cemig, Djalma Moraes, afirmou que a MP 579 foi examinada nos mínimos detalhes e após criteriosos estudos técnicos, chegou-se a conclusão de que a companhia não poderia aderir à MP na parte de geração. “Chegamos a conclusão que, na área de geração, não tínhamos condições de atender ou antecipar nem mesmo as 18 usinas que inicialmente pretendíamos renovar. Com muitos esforços conseguimos aderir na transmissão, diminuindo os custos em mais de 20%”, contou Moraes. Ele disse ainda que a Cemig está em sintonia com a presidenta Dilma Rousseff quanto a queda nas tarifas de energia. “Estamos conscientes de que isso é importante para a sociedade”, disse.

Rolla comentou ainda que as decisões foram tomadas pela empresa com o objetivo de preservar o fluxo de caixa e continuar como um agente consolidador do setor elétrico. Ele disse que a Cemig vai participar do próximo leilão A-5, com interesse na geração hidroelétrica, mas também, através da coligada Renova Energia, no segmento eólico. “Hoje temos várias frentes de atuação que vai agregar valor a Cemig”, avaliou.


Fonte -Canal Energia

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