Líder no projeto global que criou a principal norma de eficiência energética, o governo brasileiro abandonou o programa poucos anos após o seu lançamento.
Em 2011, um comitê dirigido por Estados Unidos e Brasil, criou a norma ISO 50001 a pedido da Organização das Nações Unidas, a fim de melhorar a eficiência energética de empresas e reduzir a emissão de poluentes.
Sem incentivos, até maio, somente 13 companhias no país receberam a certificação. No mundo, já foram emitidos mais de 7.000 certificados.
A Eletrobras, responsável pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), afirma que a norma é importante, mas reconhece que não há incentivos para as empresas buscarem a certificação.
Alberto Fossa, consultor do Procobre e quem representa o Brasil nesse comitê, diz que, futuramente, a ISO 50001 pode ser utilizada como instrumento político em discussões multilaterais sobre emissões de carbono.
“A adoção dessas normas pode ser utilizada como base em uma avaliação internacional. Quem estiver na frente, poderá receber privilégios.”
Além da certificação, o comitê também criou metas para os governos trabalharem junto às empresas.
Entre elas, a criação de programas de conscientização do uso da energia e o treinamento de consultores para a implementação da norma.
Nenhuma das metas estabelecidas está sendo trabalhada atualmente no país.
Antônio César da Silva, diretor da fabricante de motores elétricos WEG, que foi certificada, diz que as empresas ainda olham para os custos extras em torno dela.
Para evitar esse tipo de reclamação, a União Europeia negociou com os países a adoção de incentivos fiscais. Isso levou a Europa a ser a líder em certificações.
“É preciso uma motivação para renovar o parque fabril, por exemplo, mas ela não vem de políticas do governo”, diz Silva.
Fonte -Fonte: Folha de São Paulo / Machado Da Costa