Alemanha ativa o primeiro sistema solar flutuante vertical do mundo

Alemanha ativa o primeiro sistema solar flutuante vertical do mundo

Usina SKipp-Float da SINN Power, de 1,87 MW, combina arranjo bifacial leste-oeste e baixa ocupação aquática

A Alemanha colocou em operação, em 10 de outubro, o primeiro sistema fotovoltaico flutuante vertical do mundo, instalado no reservatório de cascalho de Jais, no distrito de Starnberg, Baviera. Desenvolvido pela SINN Power GmbH, o projeto inaugura uma nova configuração estrutural para geração solar sobre água, com módulos bifaciais montados verticalmente.

O sistema, denominado SKipp-Float, adota módulos em orientação leste-oeste, separados por corredores aquáticos de ao menos quatro metros. Essa disposição reduz o sombreamento e permite uma produção mais uniforme ao longo do dia, além de ampliar o aproveitamento energético em horários de menor irradiação solar.

A planta tem 1,87 MW de capacidade instalada e expectativa de gerar cerca de 2 GWh por ano, ocupando apenas 4,65 % da área do lago, bem abaixo do limite de 15 % previsto pela Lei de Recursos Hídricos alemã (Wasserhaushaltsgesetz – WHG). A conexão elétrica é feita por meio de cabos flutuantes que convergem a um ponto de alimentação central na margem.

A estrutura utiliza sub-bases em formato de quilha, com até 1,60 m de profundidade, que mantêm os módulos fixos e permitem movimentos controlados sob ação do vento. Essa solução reduz tensões mecânicas e garante estabilidade mesmo com variações do nível da água.

Nos primeiros dias de operação, o sistema demonstrou o comportamento projetado: reagiu adequadamente às cargas de vento e às oscilações do reservatório, permitindo que a usina de cascalho reduzisse em cerca de 60% o consumo de energia da rede. A expectativa é alcançar até 70% de redução ao longo do ano, sem necessidade de armazenamento adicional.

O SKipp-Float também foi projetado para minimizar impactos ambientais. A construção permite a troca natural de oxigênio e a penetração de luz solar na lâmina d’água, favorecendo a circulação térmica e biológica. Observações iniciais indicam até melhoria na qualidade da água e formação de novos habitats, com aves aquáticas nidificando nos flutuadores e cardumes se concentrando junto aos contrapesos em forma de quilha.

Uma segunda fase de expansão, já prevista no projeto, adicionará 1,7 MW de capacidade mantendo a ocupação total abaixo de 10 % da superfície do lago. A SINN Power pretende ainda adaptar a tecnologia para uso marítimo, explorando o potencial da estrutura vertical em condições oceânicas.

Indicada para lagos de pedreiras, reservatórios industriais e corpos d’água artificiais com mais de 1,6 m de profundidade, a tecnologia SKipp, destaca-se por seu perfil de geração estável e compatível com redes locais. Segundo a empresa, o conceito amplia o campo de aplicação das usinas solares flutuantes, combinando densidade energética elevada, baixo impacto ambiental e potencial de replicação em diversos mercados.


Fonte matéria: arandanet.com.br/revista/

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