RIO TERÁ PACOTE AMBIENTAL DE R$ 1,2 BILHÃO

A liberação de R$ 1 bilhão em investimentos na área de saneamento do estado do Rio, esperada para este mês, poderá acabar com dois absurdos ambientais: o despejo na Baía de Guanabara de parte do esgoto in natura dos bairros da Cidade Nova, Usina e Tijuca, e os 14 anos de inatividade das estações de tratamento de Sarapuí e Pavuna, na Baixada Fluminense. Os dois casos foram contemplados entre os projetos de saneamento da baía, como antecipou Flávia Oliveira em sua coluna “Negócios e Cia”, no GLOBO, que serão financiados pela verba de R$ 700 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de R$ 300 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam).

Além da bolada para socorrer a baía, segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, serão liberados também neste mês R$ 220 milhões do Ministério das Cidades para a dragagem de dez rios em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, cidades castigadas pelas chuvas de janeiro. Minc, no entanto, reconhece que a verba chega tarde para preparar a região até o próximo verão. A recuperação só terá efeitos no verão de 2013. Será feita ainda a realocação de 1.700 famílias que vivem em faixas marginais de rios.

– Daqui a pouco, começam as chuvas e precisamos desentupir o que a chuva de janeiro entupiu. Mas uma solução maior só ficará pronta para o outro verão. As licitações estão prontas para serem disparadas. Depois das obras iniciadas, será preciso um ano para concluir os trabalhos, que incluem, além da realocação de 1.700 famílias, a criação de três parques fluviais. Eles usarão áreas de margem de rio para atividades de baixo impacto.

No caso da área central do Rio, a secretaria planeja usar R$ 200 milhões do BID e do Fecam para canalizar o esgoto da Cidade Nova, Usina e Tijuca que ainda é despejado na baía e ligar essa rede à estação de tratamento de Alegria, no Caju. Ela recebe hoje 2.400 litros de esgoto por segundo da Zona Norte e de parte do Centro, e pode atingir sete mil litros por segundo.

Já na Baixada Fluminense, R$ 450 milhões serão destinados à ampliação da rede coletora de esgoto em Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu, e à ligação dessa estrutura com as estações Sarapuí e Pavuna. As duas ficaram inoperantes por 14 anos porque foram inauguradas sem rede coletora.
As intervenções fazem parte do Programa de Saneamento dos Municípios da Baía da Guanabara, compromisso olímpico do Rio. Carlos Minc promete benefícios para antes de 2016:

– Vamos divulgar os avanços. Cada trecho de rede ligado a uma estação significará menos esgoto na baía. Outros R$ 200 milhões serão usados na construção da estação de Alcântara, em São Gonçalo, e de rede de esgoto para a região. Os R$ 150 milhões restantes vão para outros projetos da baía.


Fonte -Fonte: O Globo / Fabíola Gerbase

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