Método envolve uma análise detalhada das condições hidrológicas, climáticas, topográficas e geológicas.
O zoneamento hídrico é um processo que divide uma região em zonas com características hidrogeológicas semelhantes, permitindo a identificação de áreas prioritárias para proteção e uso sustentável da água. Por meio da análise de dados, mapeamento e modelagem de água subterrânea, a ferramenta permite identificar áreas de recarga e descarga de água subterrânea, áreas de vulnerabilidade à poluição, bem como as áreas críticas de abastecimento.
Na busca pela segurança hídrica no setor empresarial, o zoneamento hídrico emerge como uma ferramenta estratégica para empresas que buscam otimizar a gestão de recursos e promover a sustentabilidade em suas operações.
As indústrias são, historicamente, grandes consumidoras de água. Insumo essencial para diversos processos, a água é tão necessária para o setor industrial quanto é o cuidado com sua captação e disponibilidade. Por isso, é fundamental que se identifiquem e avaliem as áreas vulneráveis e estratégicas em termos de recursos hídricos, permitindo a implantação de ações preventivas e corretivas em tempo hábil.
E é aí que entra o zoneamento hídrico, por meio do uso de métodos avançados e tecnologias capazes de gerar dados precisos e confiáveis que embasem o gerenciamento de recursos.
Segundo Jordon Werlang, coordenador da área de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Cetrel, empresa especializada no tratamento e gestão de águas e efluentes, o uso da metodologia permite a identificação e o planejamento de áreas prioritárias para proteção e uso sustentável da água, adotando uma abordagem proativa para lidar com cenários extremos, estabelecendo medidas preventivas e corretivas para garantir a segurança hídrica.
“Com apoio dessa ferramenta, desenvolvemos, por exemplo, metodologias para avaliação da vulnerabilidade das bacias hidrográficas, análise de risco e estabelecimento de medidas de mitigação que permitem entender a disponibilidade e a qualidade da água em uma determinada região, bem como identificar áreas de restrição ou de potencial uso”, explica.
Ele destaca a eficiência do método em complexos industriais, conglomerados que reúnem diversas empresas dos mais variados segmentos, num ambiente integrado cujas necessidades e usos dos recursos variam grandemente entre si. Nesse cenário, é importante desenvolver um plano eficaz que trate do gerenciamento sustentável dos recursos hídricos, com diretrizes e medidas para a conservação e o uso racional da água. “A metodologia permite equacionar o atendimento às indústrias sem perder de vista a dimensão ambiental”, enfatiza o especialista.
Essa abordagem tem se tornado particularmente relevante em polos industriais, onde a demanda por água é significativa e sua gestão eficiente é crucial.
Um exemplo bem-sucedido do uso dessa ferramenta está no Polo Industrial de Camaçari, BA. Esse modelo considerou as características hidrogeológicas, usos e demandas dos recursos hídricos e os impactos gerados pela atividade industrial. Reconhecido pelo seu valor agregado, o trabalho integrou o Plano Diretor do Polo de Camaçari de 2013, estabelecendo diretrizes para o desenvolvimento urbano e industrial da região com foco na conciliação entre crescimento econômico, preservação ambiental e, principalmente, garantia da segurança hídrica.
O desenvolvimento do zoneamento hídrico contempla etapas distintas de monitoramento de poços e microrregiões de zonas hídricas, envolvendo o uso de diversas técnicas e ferramentas, incluindo análises de dados, mapeamento e modelagem de água subterrânea, bem como o uso de softwares especializados.
“Os métodos que compõem o zoneamento hídrico nos permitem identificar as áreas de recarga e descarga de água subterrânea, áreas de vulnerabilidade à poluição, bem como as áreas críticas de abastecimento de água. Ao utilizarmos essas técnicas e ferramentas mais avançadas, podemos garantir que o zoneamento hídrico seja realizado com precisão e eficiência”, esclarece Werlang. “Mapeamos constantemente as zonas para garantir a segurança da qualidade e do abastecimento de recursos hídricos, de modo que haja um uso sustentável da água”, completa.
Além disso, a metodologia pode ser aplicada em diversas regiões do país, com uma avaliação prévia personalizada das características locais. “O método envolve uma análise detalhada das condições hidrológicas, climáticas, topográficas e geológicas, permitindo o desenvolvimento de planos de gestão eficazes e sustentáveis”, finaliza.
Fonte: Arandanet