Cientistas do Laboratório de Pesquisas da IBM, do Instituto Federal Suíço para Tecnologia (ETH Zurique) e da empresa de energia solar Airlight Energy afirmam ter desenvolvido um método para concentrar em até duas mil vezes a radiação solar e direcioná-la para células fotovoltaicas. Segundo eles, utilizando a nova tecnologia, seria possível atender toda a demanda mundial por energia cobrindo apenas 2% do deserto do Saara com espelhos.
Além da grande eficiência, a tecnologia teria a capacidade de suprir água potável para regiões necessitadas. O sistema utiliza um método de resfriamento com água criado originalmente para supercomputadores, que torna possível dessalinizar água a baixos custos.
De acordo com os pesquisadores, cerca de 30% da radiação solar coletada é transformada em eletricidade e outros 50% são aproveitadas na forma de calor para a dessalinização da água ou para sistemas de calefação.
“A integração de diversos componentes, como o concentrador multifacetado, equipamentos óticos e moduladores de calor, é o que torna o High Concentration PhotoVoltaic Thermal (HCPVT) tão inovador”, afirmou Aldo Steinfeld, professor de energias renováveis no ETH Zurique.
Outro ponto forte da nova tecnologia seria o preço, que ficaria abaixo de US$ 250 por metro quadrado instalado, quase três vezes mais barato do que outros equipamentos semelhantes de concentração solar.
“Buscar grande eficiência na conversão de radiação para eletricidade a um custo baixo sempre foi nosso principal objetivo”, disse Steinfield.
O próximo passo será instalar projetos piloto da tecnologia em países que mais podem se beneficiar da conjunção de geração de energia e de água potável, como as nações africanas e os pequenos Estados insulares no Oceano Pacífico.
“Os componentes mais avançados, em particular os refrigeradores [coolers] e os módulos, podem ser manufaturados na Suíça, enquanto os espelhos e toda a montagem poderiam ser feitos no país sede. Assim, teríamos uma situação de benéfica para todos, na qual postos de trabalho seriam criados em ambas as regiões”, declarou Andrea Pedretti, da Airlight Energy.
O equipamento levou três anos para ser desenvolvido e toda a pesquisa teve um custo de US$ 2,4 milhões.
Fonte -Fonte: Instituto CarbonoBrasil / Fabiano Ávila