Duas pesquisas divulgadas na sexta-feira mostram uma piora no setor da construção, com queda dos índices de confiança e do nível de atividade no segmento. O Índice de Confiança da Construção medido pela Fundação Getulio Vargas registrou piora do ambiente de negócios do setor no trimestre encerrado em abril de 2014, ao cair 5,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. É a maior queda desde abril de 2013, quando o indicador cedeu 6,6%.
Outra pesquisa, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que o nível de atividade no segmento caiu pelo quarto mês consecutivo em março. O indicador relativo à atividade no setor marcou 47 pontos no último mês. Na pesquisa, os resultados variam de zero a cem pontos, sendo que resultados abaixo dos 50 pontos indicam retração da atividade em relação ao mês anterior.
Na pesquisa da FGV, tomando-se o mês de abril separadamente, a piora foi mais significativa: queda de 10,7% sobre abril do ano passado, após recuo de 5,6% em março. É o pior resultado desde outubro de 2011 (-12,1%). “O resultado geral da pesquisa sugere arrefecimento do nível de atividade do setor ao início do segundo trimestre de 2014”, diz a FGV.
De acordo com a instituição, a queda acentuada do indicador deve-se tanto à piora das avaliações sobre a situação atual quanto à das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice da Situação Atual (ISA) passou de queda de 1,5% no trimestre encerrado em março, para recuo de 3,7% em abril. Já o Índice de Expectativas (IE) passou de queda de 4,8%, para recuo de 7,7% no mesmo período, a maior perda desde agosto de 2012 (-8,1%). Em termos mensais, o recuo foi mais abrupto: o indicador de situação atual cedeu 8,9% em abril, de 1,8% em março, sobre iguais períodos do ano passado. Trata-se da maior redução nesta base de comparação desde junho de 2013 (-9,5%).
A pesquisa da CNI também mostra que o otimismo na indústria da construção acompanhou a queda de produção no setor e caiu, pelo quarto mês consecutivo, em abril ante março. O indicador de expectativa de evolução da atividade passou de 55,3 pontos em março para 54 pontos em abril. No quarto mês de 2013 estava em 59,2 pontos. Nesta pesquisa, resultados acima de 50 pontos indicam otimismo.
Dessa forma, os empresários do setor continuam com expectativa positiva para os próximos seis meses, mas em menor medida do que em março.
De acordo com a CNI, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) terminou março em 69%, mesmo resultado apurado em fevereiro deste ano.
Fonte -Fonte: Valor Econômico / Lucas Marchesini e Ana Conceição