FALTA DE PLANEJAMENTO PODE ELEVAR GASTOS DA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS

A Accenture, empresa de consultoria de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing, inaugurou no Rio de Janeiro (RJ) o Accenture Innovation Center, um centro de pesquisa brasileiro para o segmento de Energia que passa a integrar um grupo de outros cinco centros (de energia) da companhia no mundo – Tóquio, Londres, China, Perth e Houston. A unidade brasileira atuará nas áreas de pesquisa e compartilhamento das melhores práticas, experiências e inovações para a indústria, além disso integrará o mais avançado centro de tecnologia, Accenture Technology Labs – focado há 20 anos na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias globais.

A primeira divulgação do novo centro é uma pesquisa para entender o quanto as empresas dos segmentos de óleo, gás e utilities em todo o mundo gastarão, além do previsto em seus orçamentos, se não melhorarem a implementação dos projetos de infraestrutura.

A estimativa da Agência Internacional de Energia (AIE) é que a indústria de óleo, gás e utilities investirá US$ 38 trilhões em projetos globais até 2035, principalmente para construir e manter os ativos, como dutos e estrutura das redes elétricas. Um estouro no orçamento significa exceder este valor em 13%, ou cerca de US$ 5 trilhões.

A Accenture entrevistou 61 executivos de 21 países, entre eles o Brasil, que atuam no segmento de energia e que respondem por projetos de pelo menos US$ 1 bilhão. O resultado do estudo mostrou que 34% dos entrevistados afirmaram ter entregado 25% dos budgets aprovados para todos os projetos, enquanto apenas 32% cumpriram a agenda prevista. Entre os principais desafios para a conclusão das iniciativas 49% citaram as necessidades regulatórias e 25% as habilidades da mão de obra.

Os aspectos regulatórios e as questões ambientais são os principais pontos de atenção para as empresas que estão instaladas no Brasil e apontam para uma nova necessidade de aprimoramento. De acordo com o líder da prática de Energia da Accenture, Guilherme Pinheiro, a análise de grandes projetos apenas pela competência técnica e econômica já não são suficientes.

“As empresas devem estar atentas para que nenhuma questão regulatória, principalmente, ambiental, atrase o planejamento e, por consequência, a entrega do projeto”, disse. “É fundamental que as companhias realizem com antecedência estudos de competência técnica, econômica, ambiental e inclusão social”.

O atual cenário brasileiro mostra que as grandes obras de infraestrutura com data de entrega até o fim desta década estão com atrasos de mais de 50 meses.

Para Pinheiro, o Brasil tem uma agenda de investimento em infraestrutura para a indústria de óleo e gás ampla para os próximos anos e esse é o momento do país adotar as melhores práticas, garantindo a eficiência da implementação dos projetos e conclusão no prazo das iniciativas previstas. De acordo com ele outro ponto importante é as empresas estarem atentas e ampliarem o foco em gestão – planejamento, desenvolvimento e retenção de talentos.

Sobre a pesquisa

O relatório da pesquisa foi conduzido pelo Centro de Inovação da Accenture para a Energia e Utilities. O documento é baseado em entrevistas com 61 executivos dos setores de petróleo, gás e utilities entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012. Todos os entrevistados eram executivos de nível C e decisores ou influenciadores em projetos de infraestrutura em suas organizações; projetos elegíveis de pelo menos US $ 1 bilhão com o prazo de mais de um ano para entrega.

Os projetos de investimento no setor de energia cobrem uma ampla gama de operações de produção, oleodutos e projetos de gás natural liquefeito, refino e produtos químicos. Países envolvidos: Brasil, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Grécia, China (incluindo Hong Kong), Hungria, Índia, Irlanda, Itália, Holanda, Portugal, Arábia Saudita, Cingapura, África do Sul, Espanha, Suíça, Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido e os Estados Unidos.


Fonte -Redação – TN Petróleo

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